O setor produtivo de suínos respira com cautela desde o início da crise que está presente há mais de cinco anos, afetando a rentabilidade e colocando em risco a sobrevivência dos suinocultores na atividade. A falta de remuneração incentivada pela redução considerável dos preços pagos, e a elevação incontrolável do custo de produção, agravou-se em 2012. Sem perspectivas estáveis, centenas de produtores desistiram da suinocultura e o Brasil assistiu de olhos abertos a falência do setor produtivo, responsável por fomentar a base da economia de muitos municípios catarinenses e brasileiros.
O ano de 2013 iniciou com uma esperança maior, o mercado reagiu pouco diante da redução do plantel devido à crise, mas os produtores que persistiram acreditaram no potencial e na excelência da produção em Santa Catarina. Hoje, a situação ainda é complexa, pois as dívidas destes produtores começam a vencer e como não houve a justa remuneração do mercado para a venda de suínos, o pagamento está comprometido. Desde a última sexta-feira (24/05), a suinocultura catarinense passou a acreditar um pouco mais na sobrevivência do setor. A notícia da autorização da compra de carne suína catarinense por parte do Japão, confirmada pelo governador de SC, João Raimundo Colombo, deixou os suinocultores otimistas.
Para o estado que lidera a produção de carne suína no Brasil, e que nos últimos meses recebeu apenas notícias negativas em relação às exportações, como o embargo da Ucrânia, principal destino da carne suína brasileira, contar com novas possibilidades é de fato, essencial. O produtor aguardou o anúncio do Japão ao longo dos últimos 11 anos, mas não de braços cruzados. Enquanto o Estado progredia em sanidade, as agroindústrias avançavam em qualidade, o setor produtivo de suínos adaptou as propriedades, abraçou o Meio Ambiente e promoveu a sobrevivência, mesmo absorvendo, praticamente sozinho, todo o prejuízo causado pela instabilidade do setor.
Os suinocultores catarinenses foram guerreiros. No último sábado (25/05), Santa Catarina lembrou os seis anos do reconhecimento da OIE como Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. Para o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, o anúncio do Japão é de certa forma o primeiro resultado do título de SC, aliado ao esforço diário do produtor, do setor industrial e das autoridades do agronegócio e sanidade em Santa Catarina. “Não pedimos mais do que o justo ao produtor, queremos apenas que eles tenham resultados após longos anos de muito trabalho e empenho dedicados a economia catarinense e brasileira. Esperamos que as portas do Estado se abram e de fato passem a ser reconhecidas. Eles precisam ter qualidade de vida, todos precisam”, destaca o presidente.
Ouça a entrevista para o Portal ACCS sobre a Abertura do Mercado do Japão e os seis anos do Reconhecimento da OIE.
http://www.accs.org.br/clipping_ver.php?id=594