As autoridades sanitárias da Comissão Europeia deram mais um sinal positivo para a redução das exigências nas importações de carne bovina brasileira pelo bloco de 27 países-membros.
Em um relatório de 17 páginas divulgado ontem, o Escritório de Alimentação e Veterinária (FVO, na sigla em inglês) elogia a ação das autoridades brasileiras e reforça, de forma indireta, as gestões do Brasil para passar a gerenciar a lista de fazendas habilitadas a fornecer gado aos frigoríficos exportadores à União Europeia.
“A situação em relação a controles higiênicos gerais e específicos, rastreabilidade e controles oficiais foram satisfatórias em todos os estabelecimentos visitados”, atestaram os veterinários do FVO.
Em visita ao país, os auditores da UE visitaram nove fazendas e seis frigoríficos em nove Estados do país. O texto dos veterinários europeus reconhece o atendimento, pelo Brasil, das recomendações feitas em visitas anteriores. Os europeus avaliam como “satisfatórios” os controles e os sistemas implantados no país desde a descoberta de focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul e no Paraná, no fim de 2005. “As autoridades brasileiras conduziram suas ações de acordo com detalhadas exigências e orientações que cumprem totalmente medidas conformes ou equivalentes à legislação da UE”, escreveram os auditores.
Há duas semanas, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, teve reuniões com os comissários de Saúde e Agricultura, além de parlamentares europeus, justamente para reafirmar o cumprimento das exigências impostas pela UE para retomar os níveis históricos de exportação de carne bovina. Em conversas de bastidores, o ministro ouviu que era forte a pressão interna contra a liberação total do produto brasileiro. Pecuaristas irlandeses seguem em campanha contra a carne brasileira e a crise econômica europeia acirra ainda mais os ânimos contra o Brasil.
O texto da missão veterinária da UE afirma que os controles oficiais colocados em prática dão boas garantias de cumprimento das exigências, mas ainda vê “deficiências menores” na operação de algumas empresas certificadoras dos processo de rastreamento do gado bovino. O relatório aponta que o ministério apertou os controles e suspendeu várias certificadoras.
A avaliação sobre as condições operacionais dos frigoríficos exportadores e seu acompanhamento pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) também foram amplamente positivas. E o processo de certificação oficial tem cumprido todas as recomendações de missões anteriores, segundo os auditores europeus. A missão visitou fazendas em Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.