A explosão da demanda chinesa por commodities na última década foi o que transformou o país em um fator crucial para a economia brasileira. Também foi a principal razão para o processo de “primarização” da pauta de exportações nacionais no período, com a expansão do peso dos produtos básicos e o encolhimento da parcela representada por bens industrializados, que têm maior valor agregado. Há dez anos, quando a China começou a entrar no radar dos embarques brasileiros, a exportação de bens básicos respondia por 22,79% do total, enquanto a participação de manufaturados e semimanufaturados estava em 59,07% e 15,52%, respectivamente, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Os dados relativos ao ano 2000 mostram que a China aparecia em 12.º lugar na lista dos principais destinos das exportações brasileiras. O país asiático saltou para a sexta posição no ano seguinte, consolidou-se no terceiro lugar a partir de 2005 e chegou à liderança em 2009 . A meteórica ascensão foi acompanhada do aumento do peso das commodities nos embarques brasileiros. Em 2007, ano anterior à eclosão da crise global, o porcentual de bens básicos aumentou para 32,12% e os relativos a manufaturados e semimanufaturados caiu para 52,2% e 13,57%, respectivamente. Se forem considerados os números do ano passado, influenciados pela retração da demanda americana, a fatia dos bens primários é ainda maior: 40,5%, quase o dobro do nível existente no ano 2000, e próximo dos 44,02% obtidos pelos manufaturados. Isso não significa que a venda de bens industrializados diminuiu, mas sim que ela aumentou em ritmo bem menor que a de produtos básicos, principalmente minério de ferro, soja e petróleo – sem considerar o cenário atípico de 2009. A expansão do peso das commodities reflete também a forte alta de seus preços no mercado internacional em razão do aumento da demanda chinesa nos últimos anos.
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Explosão chinesa
China se torna o parceiro comercial mais importante do Brasil, com demanda crescente por commodities nacionais.
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