O Presidente Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Frango (Abef), Francisco Turra, estimou que as exportações do setor deverão fechar 2009 no mesmo patamar de 2008 (3,645 milhões de toneladas) ou com um aumento em torno de 1% nos volumes embarcados, contra um crescimento médio anual de 11% nos últimos oito anos. E o resultado, frisou, só foi obtido graças ao sucesso da estratégia da Abef de abertura de novos mercados, como a China.
Turra destacou o impacto negativo de fatores adversos, como a crise financeira internacional e a valorização do real frente ao dólar e a outras moedas, o que reduziu a competitividade e a rentabilidade das exportações do setor. “O câmbio, para nós, foi uma verdadeira desgraça”, frisou.
Em novembro as exportações totalizaram 269 mil toneladas, levando o acumulado do ano a um total de 3,320 milhões de toneladas, 1,74% abaixo do verificado no mesmo período em 2008. Turra destacou que, para inverter este quadro, a ABEF elaborou um plano estratégico para 2010 tendo como foco 30 mercados, onde a entidade irá atuar com o objetivo de consolidação ou abertura.
“Em alguns mercados importantes que conseguimos abrir em 2008, como a China, as tarifas de importação ainda são muito elevadas. Com esse esforço, e uma melhoria no câmbio, em 2010 poderemos ampliar os volumes exportados em 2%”, previu.
Quanto à receita cambial, que entre janeiro e novembro deste ano teve uma queda de 19,16%, o Presidente Executivo da ABEF enfatizou que as empresas do setor necessitam de um crescimento de pelo menos 10% em 2010. “Sem isto, será necessário reduzir a produção”, destacou.
O Presidente Executivo da ABEF também mencionou movimentos protecionistas contra a carne de frango brasileira. No caso da União Europeia, o bloco informou que irá elevar tarifas para oito linhas de carne de frango dentro do sistema de cotas hoje existente. Além disto, anunciou a futura adoção de medidas que, na prática, erguem barreiras técnicas, como a proibição do uso de carne salgada nas preparações de carne de frango. A Associação já definiu que, caso as negociações não prosperem, será necessário recorrer à Organização Mundial de Comércio (OMC).
Turra foi o convidado de ontem (02/12) do “Tá na Mesa”, evento promovido pela Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), onde fez uma apresentação sobre “O agronegócio e a avicultura no Brasil”.