De janeiro à agosto deste ano, as exportações de carne suína tiveram uma queda de 6% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento do Ministério da Agricultura. Neste período, o Brasil exportou 343 mil toneladas para os princiáis compradores: Rússia, Ucrânia e Hong Kong.
O principal motivo da queda das exportações seria a suspensão temporária da Ucrânia, principal mercado do Brasil em 2012. O país fechou a compra do produto brasileiro no final de março deste ano e retomou no final de junho, o que representou uma redução de 36 mil toneladas embarcadas.
Para os próximos meses, a expectativa é boa porque o volume das exportações vem sendo restabelecido e o mercado interno é tradicionalmente mais aquecido no final do ano. Os produtores já estão sentindo a melhora nos preços do suíno vivo.
O criador Edson Gross tem um rebanho de 6 mil suínos em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul. Ele é o único produtor independente do município e conta que só resistiu a crise dos últimos quatro anos porque além de criar suínos, têm lavouras de soja, milho e trigo.
Por ser independente, Edson assume todos os riscos da atividade, mas quando o mercado melhora, ele também é um dos primeiros a se beneficiar. Atualmente, recebe R$ 3,34 pelo quilo do animal vivo, um aumento de 10% nos últimos 30 dias.
“A exportação em relação ao ano passado diminuiu, mas no mês de agosto teve um incremento, que ajudou a sustentar os preços de setembro”, diz.
O valor pago pela carne suína que o Brasil exporta também melhorou. Em agosto, chegou a US$ 3,675 mil por tonelada, 4% mais que no mesmo período do ano passado.
Apesar das expectativas serem boas, como todos os produtores e também a indústria, Edson espera pela reabertura do mercado russo, fechado para o Rio Grande do Sul desde junho de 2011.
“A grande expectativa ainda está no mercado russo. Faz dois anos que estamos no aguardo e ainda não aconteceu. Se reabrir o mercado russo, nós vamos ter uma condição um pouco melhor”, conta Edson.
Os russos estiveram no estado em julho deste ano e segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Suínos devem retornar para novas visitas em outubro. O clima é de otimismo, já que o estado possui frigoríficos que atendem as exigências técnicas.