Redação AI 03/07/2001 13:57 – O aumento nas exportações brasileiras de carne de frango estimula empresas paranaenses a ampliarem a produção direcionada ao exterior. Existem no Estado 28 delas, das quais 25 são credenciadas ao Serviço de Inspeção Federal (SIF), portanto autorizadas a trabalhar no mercado internacional.
O incremento dos negócios, segundo Paulo Ferreira Muniz, presidente da Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná (Avipar), está sendo possível principalmente por causa da intensificação das vendas ao mercado europeu.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frango (Abef), a exportação brasileira de carne de frango bateu todos os recordes em maio deste ano, embarcando 110,5 mil toneladas, ante 70,8 mil do mesmo mês em 2000, o que representa elevação de 56%. Na balança cambial, o desempenho foi melhor ainda, com US$ 121,3 milhões, o que representa aumento de 60,7% em comparação ao movimento de igual período do ano passado.
Muniz observa que a União Européia, nos cinco primeiros meses deste ano, comprou 99,7 mil toneladas, 125% a mais que no mesmo período anterior. Por causa da desvalorização do real frente ao dólar, a receita cambial elevou-se a índices maiores, atingindo 184% (US$ 175,7 milhões).
“Os europeus estão substituindo a carne bovina pela de aves, como reflexo da vaca louca e da ocorrência de febre aftosa”, comenta Muniz. Na opinião dele, a tendência da mudança alimentar por questões de saúde é reforçada ainda pela “reflexão profunda” a respeito do interesse daquela região em continuar produzindo frango.
“Eles têm grande produção em espaço pequeno e enfrentam sérios problemas tanto nos aspectos sanitários quanto ambientais, porque não sabem o que fazer com os dejetos”, salienta. Mesmo que os europeus não desativem totalmente a produção, Muniz acredita que o abate não voltará aos mesmo níveis de antes.