Redação (01/03/07) – O volume é 74% a mais que o de janeiro de 2006. As vendas geraram receita de US$ 29,259 milhões, 77% superior ao do último janeiro. Os dados foram destaque do balanço divulgado hoje (26) pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef).
O presidente-executivo da associação, Ricardo Gonçalves, explicou que as empresas européias estão antecipando as compras em razão da entrada em vigor de quotas que limitarão a compra do frango industrializado, provavelmente até o meio do ano. As vendas em volume para a União Européia em janeiro cresceram 31,52% (34.523 toneladas) e os valores subiram 25,88% (US$ 71,196 milhões), em relação ao mesmo mês do ano passado.
“Obviamente, isso são antecipações de vendas, com a expectativa da entrada em vigência daquelas cotas que foram estabelecidas pela União Européia, que devem entrar em vigor ainda na primeira metade deste ano", explicou Gonçalves, em entrevista à Agência Brasil. "Então, deve ter muita antecipação de negócio ocorrendo, para que as empresas possam aproveitar essa janela que ainda existe".
A quota foi definida nas negociações exigidas pela União Européia, que se encerram em outubro, de acordo com Gonçalves. Já havia quota para o frango congelado inteiro, que é o item mais exportado. "Os outros produtos para os quais foram estabelecidas quotas são os industrializados de peru e de frango e o frango salgado", explicou.
De acordo com a Abef, as exportações totais de carnes de frango em janeiro foram de 209 mil toneladas e caíram 2,19% em relação a janeiro de 2006, mas essa queda foi também motivada em parte por antecipações de vendas e embarques em dezembro. A receita foi de US$ 265 milhões, 5,6% a menos na mesma comparação. De acordo com Gonçalves, “janeiro é um mês um pouco mais fraco, a diminuição em janeiro não é preocupante”.
Mesmo com a antecipação, em dezembro também houve queda nas exportações, de 3,19% em volumes e de 17,25% em receitas em comparação com dezembro de 2005. Segundo Gonçalves, isso se deve à valorização do real diante do dólar e as altas taxas de juros internas. Na Ásia, o “principal destino das exportações brasileiras”, as vendas em janeiro foram de 52.305 toneladas e US$ 64,649 milhões, quedas de 25,04% e 30,60% respectivamente.
Para este ano, a Abef projeta um crescimento de exportações de 5% em volumes, com cerca de 2,85 milhões de toneladas vendidas, e de 6,8% em receitas, com US$ 3,420 bilhões.