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Exportação de frango no Brasil cresce 26%, dizem os EUA

As estimativas para 2003 indicam que as exportações e produção devem continuar expandindo.

Redação AI 11/02/2003 – A produção de carne de frango brasileira aumentou 12% em 2002 e as exportações cresceram 26%, segundo relatório do Foreign Agricultural Service (FAS), do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), datado do dia 3 de fevereiro e divulgado na sexta-feira (7). As estimativas para 2003 indicam que as exportações e produção devem continuar expandindo.

O panorama estimado pelo USDA para 2003 é de aumento de 5% na produção de carne de frango, metade do crescimento do ano passado, em decorrência principalmente do programa Fome Zero do governo federal. Segundo o relatório, não está claro como o programa pode de fato aumentar a produção.

A dependência de milho de segunda safra e a possibilidade de altos custos no segundo semestre podem afetar as projeções dos líderes do setor, diz o FAS/USDA. Em 2002, a produção alcançou 7,355 milhões de toneladas, por causa do aumento no alojamento de pintos de corte no último trimestre do ano, contrariando o acordo entre produtores, que em agosto decidiram reduzir a produção para adequá-la à demanda.

Aparentemente, a demanda exportadora e o consumo doméstico maior contribuíram para a produção adicional de 28 milhões de pintos por mês no último trimestre, especialmente nos Estados de Paraná, Santa Catarina, Goiás e Mato Grosso do Sul. A inauguração da unidade agroindustrial da Perdigão em Rio Verde (GO) e o aumento da capacidade produtiva de agroindústrias no Centro-Oeste também são citados pelo relatório.

Para 2003, o FAS/USDA projeta aumento de 5% nas exportações, que passariam de 1,325 mi/t para 1,68 mi/t. Os fatores a colaborar para o aumento são a taxa de câmbio, estimada entre R$ 3,30 e R$ 3,60 por dólar em média no primeiro semestre do ano; a ocorrência da doença de New Castle nos Estados Unidos, que beneficia o produto brasileiro nos mercados asiáticos; e a possibilidade de aumento nas exportações para novos mercados, como Canadá e China.

Podem ter impacto negativo eventual quebra da safrinha, que elevaria os custos da ração para aves e reduziria margens de lucros dos produtores; e a imposição de cota de importação pela Rússia de 33 mil toneladas, apenas 11% das exportações para a Rússia em 2002, estimada em 295.741 t. Os exportadores estão negociando com as autoridades russas, que utilizaram média de exportações de 1999/01, quando o Brasil não tinha relevância naquele mercado.

Outro fator que pode dificultar as exportações é a detecção de nitrofurano em exportações para a União Européia, que desembocou na decisão do bloco europeu de testar 100% das importações de frango do Brasil. O relatório cita que o governo brasileiro contratou três laboratórios para conduzir testes sobre nitrofurano utilizando a mesma tecnologia em uso na UE.

Fontes do setor indicam que as exportações de carne de frango do Brasil alcançaram 1,6 milhão de toneladas em 2002, alta de 26% em relação ao ano anterior, diz o relatório do FAS/USDA, devido à desvalorização de 53% do real, ao significativo aumento das exportações de carne de frango para a Rússia e União Européia, e às exportações para novos mercados, já que em 2002 foram 100 os mercados de destino do frango brasileiro, ante 78 mercados há dois anos.

O relatório aponta que o valor das exportações cresceu apenas 4% e que dados preliminares indicam preço de exportações de US$ 840/t na média de 2002, queda de 23% ante média de US$ 1.003/t em 2001.