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Exportação de frango sobe, mas atenta ao câmbio

<p>Vendas do segmento devem crescer para US$ 5 bilhões em 2007.</p>

Redação AI (24/09/07) – Apesar do mercado em alta e da retomada de crescimento da avicultura brasileira após os percalços causados pela gripe das aves, exportadores estão em alerta por causa do câmbio. O segmento calcula que, mesmo com desempenho recorde, perderá receita este ano caso o dólar permaneça em R$ 1,90 até dezembro.

Ainda assim, a projeção é de recuperação de produção e vendas. O setor estima exportar US$ 5 bilhões em carne de frango, ovos, peru e material genético. Em 2006, esses embarques somaram US$ 3,81 bilhões.

Cenários e números serão apresentados no 20º Congresso Latino-americano de Avicultura, a partir de amanhã, no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre. O diretor da União Brasileira de Avicultura (UBA) Clóvis Puperi, coordenador-geral do congresso, diz que a indústria brasileira perdeu competitividade, mesmo com a valorização de 23% no preço médio no mercado internacional. A tonelada passou de US$ 1.165, entre janeiro a agosto de 2006, para US$ 1.434 no mesmo período deste ano.

Neste mês, a UBA, a Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef) e empresas pediram ao Ministério da Fazenda a inclusão da avicultura em programas de incentivo direcionados a indústrias que utilizam mão-de-obra em grande escala. Segundo Puperi, o setor emprega 4 milhões de pessoas direta e indiretamente. Entre os incentivos solicitados está a redução da carga tributária sobre a folha de pagamento.

– Acendeu-se a luz amarela e precisa de alguma coisa para voltar à verde. O governo ficou de estudar o impacto dessas medidas – diz Puperi.

O dirigente acrescenta que o câmbio menos competitivo – o ideal é projetado entre R$ 2,20 e R$ 2,30 – impede o aumento das exportações e pode causar demissões.

– Queremos consolidar 2007 como um ano de recuperação de parte do prejuízo do ano passado. Mas o setor vem trabalhando com certa tensão em relação ao câmbio – diz José Eduardo dos Santos, diretor executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).

Os gaúchos calculam crescer este ano entre 7,5% e 8% sobre as 660 mil toneladas de carne exportadas no ano passado. Ainda assim, não haverá recuperação do baque de 13,8% de 2006, causado pela gripe das aves e pela doença de Newcastle no município de Vale Real.

O avanço das exportações depende também da negociação de acordos sanitários com países como México, Chile e Indonésia, onde o frango brasileiro não entra. Para as indústrias, o governo federal não tem sido agressivo como deveria.