As exportações brasileiras de soja, o principal produto da pauta exportadora do país, cresceram mais de 65 por cento em volumes no primeiro trimestre do ano, para 10,77 milhões de toneladas, de acordo com dados publicados nesta sexta-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Os embarques trimestrais foram impulsionados pelos volumes de março, que atingiram patamares históricos para o mês de 8,37 milhões de toneladas, com a colheita já em estágio avançado –o recorde para todos os meses foi atingido em junho de 2015.
O Brasil está colhendo uma safra recorde de cerca de 100 milhões de toneladas, enquanto o câmbio tem favorecido exportações brasileiras. Os produtores já colheram aproximadamente 75 por cento da área da plantada na temporada 2015/16.
Com embarques volumosos, a receita com as exportações de soja somaram 3,78 bilhões de dólares no período, alta de mais de 45 por cento na comparação com o primeiro trimestre de 2015, com os maiores volumes mais do que compensando a queda nos preços em dólar.
Apesar dos grande volumes, os embarques da oleaginosa foram superados pelo milho, cujas exportações deverão perder força nos próximos meses, quando a soja será predominante nos portos brasileiros.
As exportações de milho, outro importante produto da pauta exportadora brasileira, dispararam no primeiro trimestre para 11,8 milhões de toneladas, crescimento de 138,5 por cento, gerando receitas de quase 2 bilhões de dólares.
Em receita, as exportações de milho ficaram abaixo das de minério de ferro no primeiro trimestre (2,11 bilhões de dólares), mas acima das de petróleo, que somaram 1,8 bilhão de dólares.
O câmbio impulsionou fortemente os embarques de milho no primeiro trimestre, com o Brasil exportando cerca de um terço do total projetado para todo o ano, de aproximadamente 30 milhões de toneladas. Já as exportações brasileiras de soja deverão superar 55 milhões de toneladas em 2016, um novo recorde.
A exportação de milho foi tão forte que gerou uma escassez no mercado interno, que levou indústrias de aves a importarem milho na Argentina e Paraguai, para entrega em abril e maio, nos Estados do Sul do Brasil, devido a uma disparada nos preços.