Redação (10/04/07) – No primeiro trimestre do ano o Brasil exportou 118.597 toneladas, aumento de 19,36% sobre o mesmo período de 2006. Em receita, a alta foi 24,68%, para US$ 219,959 milhões, considerando o mesmo intervalo, informou ontem a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).
Parte da recuperação se deve ao desempenho de março, quando foram exportadas 43.733 toneladas, 71,74% mais que no mesmo mês de 2006. Os embarques renderam US$ 79,571 milhões, alta de 92,18% sobre março de 2006.
O presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, ponderou, contudo, que o avanço foi expressivo no mês passado ante março de 2006 porque a base de comparação é baixa, já que naquele mês o embargo russo – por causa de focos de aftosa no Mato Grosso do Sul e Paraná em outubro de 2005 – estava em seu auge. Depois disso, a Rússia voltou a comprar carne suína do do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso, o que permitiu uma recuperação parcial das vendas.
No entanto, o maior cliente nacional – no trimestre, a Rússia comprou 48.593 toneladas de carne suína brasileira -, segue sem comprar o produto de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Minas Gerais.
O embargo russo já afeta os preços da carne suína, reconheceu Camargo Neto. Em março, a tonelada foi negociada a US$ 1.819 na exportação, abaixo das US$ 1.830 de fevereiro. A razão é que o embargo aumenta a oferta interna, pressionando o preço do suíno vivo e também do produto para exportação.
O presidente da Abipecs voltou a questionar a restrição russa. "É uma incógnita até hoje os motivos das autoridades russas para a manutenção do embargo para os outros Estados da Federação, em particular Santa Catarina, região que o próprio Comitê Cientifico da OIE – Organização Internacional de Saúde Animal já analisou favoravelmente para ser declarado como livre de febre aftosa sem vacinação", escreveu em nota.