No acumulado até a terceira semana do mês de agosto as exportações de carne suína “in natura” confirmam o bom momento dos embarques da carne brasileira para o exterior. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/MDIC), no acumulado do mês o embarque médio diário de carne suína ficou em 2,0 mil toneladas diárias, 17,8% superior à média de agosto de 2014. Na prévia do mês de agosto já são quase 30 mil toneladas exportadas, 85% do total comercializado em todo o mês de agosto do ano passado, que fechou com 35,4 mil toneladas.
O bom momento do mercado internacional para carne suína brasileira teve início em maio, quando pela primeira vez em 2015 o volume enviado para o exterior superou o mesmo período do ano passado. O preço em dólar da tonelada vendida no exterior caiu 16,5%, passando de US$ 3.674,90 em agosto do ano passado para US$ 2.605,90 em agosto desse ano. No entanto, como o dólar teve nesse mesmo período uma valorização de mais de 50%, o faturamento em reais ficou praticamente igual ao do ano passado.
Quanto à oferta de animais para o abate, os dados do Serviço de Inspeção Federal, que responde por 90% do abate de suínos do Brasil, indicam um total de 8.277.022 no 2T, contra 8.083.073 no 1T de 2015, 2,4% de aumento. No acumulado do primeiro semestre de 2015 contra 2014, o Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal (SIGSIF) aponta um crescimento de 4,66%, com 16.360.095 suínos abatidos no primeiro semestre de 2015 contra 15.598.260 no primeiro semestre de 2014. O aumento das exportações nos últimos quatro meses e a maior procura do consumidor pela carne suína em razão do preço da carne de boi foram suficientes para enxugar o mercado de animais vivos.
Neste cenário, o preço do suíno vivo que passou todo o mês de julho estacionado ao redor de R$ 3,60 no mercado paulista, e com pequenas quedas no mercado integrado, mostrou recuperação na primeira quinzena de agosto, superando a marca de R$ 3,80 em algumas regiões do país. O preço pago pela agroindústria também mostrou recuperação, mas com menor intensidade que no mercado “spot”. Para os quatros meses finais de 2015 uma média de R$ 3,80 o quilo vivo pago ao suinocultor independente é algo próximo da realidade do mercado.