Redação AI 13/04/2004 – 07h00 – O aumento das exportações de frango pode reduzir a oferta do produto no mercado interno, segundo projeções divulgadas ontem, dia 12, pela agência de classificação de risco Fitch. As vendas externas do produto aumentaram na esteira da gripe aviária que afetou os mercados americano e asiático.
“A Fitch não descarta a possibilidade de que o atendimento integral à demanda interna possa ficar, em parte, comprometido”, informou a agência em estudo sobre as expectativas de aumento das exportações de frango por conta da crise provocada pela gripe.
Segundo a agência, o movimento de substituição de mercado – o interno pelo externo – ainda não tem gerado problemas por conta do desaquecimento da economia e da queda de consumo no país. Mas, na medida que haja uma retomada, o problema será mais visível.
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“Este cenário poderá levar também a um aumento mais significativo nos preços internos, que, até o momento, apresenta valores inferiores aos do mercado externo, em aproximadamente 30%”, informou a Fitch.
O relatório da Fitch destaca ainda que as exportadoras ainda estão cautelosas sobre a realização de investimentos que visem aumentar a produção para exportação.
As empresas temem uma retomada na produção dos países hoje afetados pela gripe, o que poderia provocar uma forte redução nos preços do produto.
As exportações de frango do Brasil crescem na esteira dos embargos feitos pelo Japão e pela União Européia às importações de frango tailandês, em meados de janeiro de 2004. Até então, a Tailândia era o principal concorrente do Brasil nestes mercados.
Em seu relatório, a Fitch cita estudo da Abef (Associação Brasileira dos Exportadores de Frango) que aponta que o volume de toneladas de frango exportado em fevereiro foi 6,5% maior do que o registrado no mesmo período de 2003.
Essa “oportunidade”, segundo a Fitch, é a grande chance para que as empresas brasileiras consigam conquistar esses mercados e “fidelizar” clientes que até então não eram explorados pelo Brasil.
Em 2003, as exportações de frango do Brasil atenderam principalmente o Oriente Médio (31%), Ásia (24%) e União Européia (15%), segundo a Abef. O segmento de aves contribuiu com 2,5% do total das exportações brasileiras em 2003.
