Redação (16/08/07) – O ritmo dos embarques despencou de 25,3% para 0,7%, segundo dados divulgados ontem pela Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA).
Ainda assim, as vendas externas cresceram 20,5% na comparação entre os primeiros sete meses deste ano com igual período de 2006 – acima, portanto, dos 14,9% da balança comercial global do país.
A explicação para a mudança de rumo em julho está na perda de vigor das exportações do setor sucroalcooleiro, sobretudo açúcar, além de carne bovina e algodão. O ritmo das vendas externas de açúcar e álcool caiu 36% quando se compara o primeiro semestre com julho. "A febre do etanol está baixando de temperatura", resume o especialista em comércio exterior da CNA, Antonio Donizeti Beraldo.
O Ministério da Agricultura tem, entretanto, outra explicação para a desaceleração. Em julho do ano passado, as exportações foram infladas com o acúmulo do registro das vendas provocado pelas greves dos fiscais da Receita Federal e do próprio ministério. Com isso, a base de comparação ficou muito alta.
O desempenho levou a CNA a revisar para baixo suas projeções para a balança comercial em 2007. A entidade reduziu de US$ 57 bilhões para US$ 55 bilhões a expectativa para as exportações. Em 2006, foram exportados US$ 49,4 bilhões. No saldo comercial, a revisão aponta para US$ 47 bilhões em vez dos US$ 49 bilhões previstos em julho passado. As importações do setor devem subir de US$ 6,7 bilhões para US$ 8 bilhões, calcula a CNA
O Ministério da Agricultura, porém, mantém sua projeção entre US$ 58 bilhões e US$ 59 bilhões para as vendas externas neste ano. Para isso, utiliza a previsão de uma elevação de US$ 3 bilhões nos embarques do complexo carnes e de US$ 2 bilhões no complexo soja.