O preço da carne suína recebido pelos produtores pode ter chegado ao fundo do poço. Ontem, a arroba subiu 1,5% em São Paulo, e já são registrados negócios a R$ 45.
As exportações de agosto, ao contrário do que se previa, mantiveram bom ritmo, com recuo de apenas 3,8% em relação ao volume vendido no mesmo mês de 2010. Em relação a julho deste ano, houve crescimento de 9%.
Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína), diz que o Brasil conseguiu elevar as exportações para outros mercados, como Hong Kong e Ucrânia.
Essa busca por novos mercados representou, no entanto, redução nos preços médios para os exportadores brasileiros, que receberam 8% menos no mês passado do que recebiam em junho.
Camargo Neto diz que essa diversificação de mercado deve registrar dois efeitos importantes. Internamente, os preços aos produtores, que vêm caindo desde o final de julho, devem voltar a subir.
Externamente, é provável que a Rússia antecipe a liberação das importações brasileiras.
Do contrário, quando o país voltar às compras, parte da carne brasileira já terá como destino outros mercados, afirma Camargo Neto.
As exportações de agosto somaram 45,9 mil toneladas, acima das 36,1 mil de julho. No ano, as vendas somam 348,8 mil toneladas, com receitas de US$ 951,1 milhões -7% acima das de igual período de 2010.
Ainda não há data para a retomada das exportações de suínos à Rússia. Já para a carne bovina, os russos autorizaram, na quarta-feira, as importações de cinco frigoríficos brasileiros que estavam sob embargo desde 2010.
Segundo a Abiec, foram autorizadas as compras de quatro unidades -três da JBS (Campo Grande, Goiânia e no município mineiro de Ituiutaba) e uma da Rodopa, em Santa Fé do Sul (SP).