No período de janeiro a setembro deste ano, as exportações do Brasil foram amplamente impulsionadas pelas commodities, com oito produtos respondendo por quase dois terços do valor total das exportações, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Os principais produtos de exportação durante esse período incluíram o complexo soja, petróleo bruto e óleos combustíveis, minério de ferro, complexo de carnes, açúcar, milho, celulose e café, que juntos somaram impressionantes US$ 163,2 bilhões. Esse montante representou cerca de 64,5% do valor total de US$ 253 bilhões exportados pelo Brasil.
O destaque nas exportações de commodities em 2023 é, em grande parte, atribuído ao aumento das vendas para a China. As exportações para a China, dominadas por produtos básicos, aumentaram 10,8% no período de janeiro a setembro, atingindo US$ 77,2 bilhões. Como resultado, a participação das vendas para a China subiu para 30,5%, em comparação com os 27,5% registrados no mesmo período de 2022.
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Enquanto as exportações de commodities continuam desempenhando um papel fundamental nas receitas de exportação do Brasil, o valor total das exportações teve uma queda de 0,1% durante o período, com reduções nas exportações para os Estados Unidos e a União Europeia, que diminuíram 4,5% e 11,4%, respectivamente. A fatia das exportações para os EUA caiu de 11% para 10,5%, enquanto a da UE baixou de 15,3% para 13,6%.
Essa crescente dependência de commodities na pauta de exportações do Brasil se deve, em grande parte, à forte demanda da China por produtos que o Brasil produz eficientemente. A China, a segunda maior economia do mundo, continua sendo o principal destino de quase todas essas commodities.
Os produtos mais exportados para a China incluem soja em grão (71%), minério de ferro (62%), carne bovina (61%) e petróleo bruto e celulose (47%). O crescimento constante da economia chinesa e o processo de urbanização tiveram um grande impacto nessa demanda internacional crescente por produtos primários para atender tanto a indústria de base chinesa quanto o padrão de consumo urbano.
A dependência de commodities em mercados voláteis representa um risco para a economia brasileira. No entanto, a vantagem comparativa do Brasil na produção dessas commodities, combinada com a alta demanda chinesa, mantém o país na liderança como exportador de produtos primários.
