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Exportação

Possível greve de trabalhadores portuários nos EUA ameaça causar impacto econômico de US$ 5 bilhões por dia

Possível greve de trabalhadores portuários nos EUA ameaça causar impacto econômico de US$ 5 bilhões por dia

A iminente greve de aproximadamente 45 mil trabalhadores sindicalizados em portos da Costa Leste e do Golfo dos EUA, prevista para 1º de outubro, ameaça paralisar importantes rotas comerciais e afetar significativamente a economia dos EUA. A estimativa é que o impacto financeiro atinja US$ 5 bilhões por dia, de acordo com uma análise do JPMorgan.

A paralisação pode interromper as atividades de 36 portos, que são responsáveis por cerca de metade das importações oceânicas do país, causando atrasos de semanas na movimentação de produtos essenciais, como alimentos, veículos, roupas e maquinários. Além de aumentar o custo de transporte, os efeitos da greve podem agravar a inflação já alta, especialmente nos setores de habitação e alimentação.

O Impasse nas Negociações

O ponto de conflito entre o sindicato International Longshoremen’s Association (ILA), que representa os trabalhadores portuários de Maine ao Texas, e o grupo de empregadores United States Maritime Alliance, é principalmente o aumento salarial. O contrato de seis anos vigente expira em 30 de setembro. A última greve nacional do ILA aconteceu em 1977, o que evidencia o quão rara seria uma paralisação dessa magnitude.

Diferente das negociações recentes nos portos da Costa Oeste, onde o governo dos EUA atuou como mediador, a administração Biden declarou que não intervirá nesta disputa, o que aumenta as chances de uma greve prolongada.

Setores Mais Afetados

Se a greve se concretizar, setores fundamentais da economia dos EUA serão fortemente impactados. Os portos movimentam grandes volumes de veículos, peças automotivas, maquinários e instrumentos de precisão. Além disso, uma porção significativa das exportações e importações agrícolas e farmacêuticas transita por esses portos.

Os portos da Costa Leste e do Golfo são responsáveis por 45% das exportações de carne suína e 30% das de carne bovina dos EUA, além de 70% das exportações de aves. Produtos perecíveis, como carne, ovos, frutas e vegetais, correm risco de deterioração, o que pode prejudicar as cadeias de abastecimento globais.

Impacto Econômico

O setor varejista, que depende da importação de mercadorias para as vendas de fim de ano, já antecipou os embarques de produtos para evitar problemas. Contudo, a falta de capacidade de transporte pode aumentar os custos e causar atrasos nas entregas. De acordo com especialistas, os atrasos causados por um dia de greve podem levar de quatro a seis dias para serem resolvidos. Uma paralisação de uma semana, como alertou a Maersk, poderia exigir até seis semanas para a normalização das operações.

A possível greve e suas consequências se somam às preocupações já existentes sobre a saúde econômica dos EUA, podendo afetar o cenário eleitoral e agravar a insatisfação popular com a inflação.