Redação AI 07/08/2001 10:55 – O comportamento das exportações de frangos no mês de junho do corrente ano manteve-se em linha com a tendência de crescimento esperada e já apontada em relatórios anteriores.
Os embarques do mês analisado atingiram a 105.888 toneladas, terceiro melhor desempenho do semestre, registrando crescimento relativo positivo de 66% sobre igual mês do ano passado.
A receita cambial, igualmente expressiva e segundo melhor resultado do semestre, atingiu a US$ 117,1 milhões que, quando comparada com a registrada em junho de 2000, representa crescimento relativo positivo de 112%.
O comportamento por segmento mostra que o de frangos inteiros atingiu a 48.913 toneladas, representando divisas cambiais de US$ 43,7 milhões. Crescimento relativo positivo de 103% nos volumes e de 159% na receita cambial.
Com relação ao segmento cortes de frangos, os embarques atingiram a 56.974 toneladas correspondendo a US$ 73,3 milhões de receita cambial. Crescimento de 44% nos volumes e de 92% na receita. O preço médio do mês apresenta crescimento de 27% sobre igual mês do ano anterior, registrando US$ 1,106 por tonelada vendida ao exterior.
Assim, a maior demanda que o mercado internacional vem apresentando por forca dos episódios de sanidade animal ocorridos desde o ano passado na Europa e na Ásia, impulsionados pela desvalorização acentuada da moeda brasileira, apesar dos problemas protecionistas que enfrentamos em mercados pontuais como são os casos da Argentina e da China, a performance de nossas vendas externas devera apresentar comportamento semelhante no segundo semestre de 2001.
Janeiro a Junho – O resultado do primeiro semestre de 2001 e altamente expressivo. Os embarques atingiram a marca recorde de 597.749 toneladas que corresponderam a US$ 644,6 milhões fob. A simples comparação com o primeiro semestre do ano anterior mostra índices de crescimento marcantes. Os volumes aumentaram 44% e os valores subiram 69%. Com esta performance o preço médio do semestre cresceu 17%, atingindo US$ 1,078 por tonelada vendida ao exterior.
Segmento por segmento, o comportamento das vendas mostra melhor performance nos cortes de frangos que cresceram 55% nos volumes e 79% na receita cambial contra 33% nos volumes e 55% nas divisas cambiais apuradas com os frangos inteiros.
Em relação aos preços médios de cada segmento, o apurado com as vendas de frangos inteiros apresenta ligeira melhora em relação aos apurados com as exportações de cortes de frango, 15,9% contra 15,4%. Isto acontece em função da enorme gama de diferentes cortes exportados, uns com maior e outros com menor valor agregado.
Mercados compradores
Frango inteiro – Os tradicionais e principais clientes do Brasil apresentaram comportamento positivo em suas compras, a exceção da Argentina que, por conta do exacerbado protecionismo com que o governo argentino trata aquele mercado, apresenta comportamento diametralmente oposto.
Os embarques de frangos inteiros para o país vizinho declinaram de 23 mil toneladas para 9 mil toneladas, recuo de 61% por conta da instituição de medida antidumping que estabeleceu preços mínimos de entrada do produto acima dos praticados pelo mercado.
Esperamos e temos confiança que o governo brasileiro solicitara abertura de painel na OMC para restabelecer a verdade dos fatos e a volta do livre comercio no Mercosul.
O Oriente Médio apresenta a melhor performance com crescimento relativo positivo de 40% com destaque para os Emirados Árabes que dobraram suas compras, o Omã com 96%, Iêmen com 70%, Bahrein com 38%, Coveite com 37% e a Arábia Saudita, principal e maior importador de frangos inteiros do Brasil com 27%.
A África com 11% de crescimento, mostra performance excepcional do Egito com 157% e Angola com 3% a mais mas, este país foi o responsável por cerca de 70% do total importado pela África. Destaque importante para as compras da Rússia que representaram cerca de 8% do total das vendas de frangos inteiros.
Cortes de frango – O principal comprador dos cortes de frangos do Brasil foi a União Européia que apresentou taxa de crescimento excepcional, 125% sobre os volumes registrados no primeiro semestre do ano passado. A diminuição dos subsídios nesta área somados aos problemas sanitários ocorridos no ano anterior e neste primeiro semestre são os principais fatores deste crescimento. A Bélgica, a Alemanha, os Paises Baixos e o Reino Unido foram os destaques registrando as maiores taxas de crescimento.
Na Ásia, cujo crescimento foi de 5%, destaque-se a performance de Cingapura com 82% de crescimento e do Japão que apresenta recuo de 10%.
Industrializados – Acompanhando o desempenho dos segmentos frango inteiro e cortes, as exportações de produtos industrializados neste primeiro semestre/01 apresentam comportamento excelente.
Foram embarcadas no período 7.355 toneladas de produtos industrializados que comparadas com os embarques do mesmo período do ano anterior representaram crescimento relativo positivo de 89%.
A receita cambial apurada atingiu a US$ 18,828 milhões, representando crescimento relativo positivo expressivo de 95% sobre os números registrados em igual período do ano de 2000.
Empresas exportadoras
A liderança das exportações brasileiras neste primeiro semestre pertence à Sadia S/A com 27,5% do total, seguida pela Perdigão S/A com 19%, da Seara S/A com 18%, da Frangosul S/A com 16,5%. As quatro empresas respondem por mais de 80% do total exportado no primeiro semestre de 2001.