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Exportações brasileiras de frango estão aquecidas em meio à gripe aviária nos EUA

O Brasil é o único país entre os grandes produtores mundiais a nunca registrar casos de gripe aviária em seu território.

Exportações brasileiras de frango estão aquecidas em meio à gripe aviária nos EUA

As exportações brasileiras de carne de frango estiveram aquecidas no início deste mês, favorecidas pelo aumento da demanda em meio ao surto de gripe aviária dos Estados Unidos, principal concorrente do Brasil em vendas externas do produto, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.

O Brasil é o único país entre os grandes produtores mundiais a nunca registrar casos de gripe aviária em seu território, segundo a Associção Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Além dos Estados Unidos, recentemente foram registrados focos da doença na China, México, países da União Europeia, Canadá e outros.

A média diária de carne de frango embarcada em abril, considerando os sete primeiros dias úteis do mês, está em 15,6 mil toneladas – acima das 14,4 mil toneladas/dia exportadas em março e pouco abaixo das 15,9 mil toneladas/dia de março do ano passado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) agrupados pelo Cepea.

“As vendas internas de carne de frango voltaram a se enfraquecer, mantendo baixa a liquidez em muitas regiões acompanhadas pelo Cepea. Com isso, indústrias têm buscado destinar a produção ao mercado externo”, explicou o Cepea em nota publicada em seu site na última sexta-feira (17). Segundo o Cepea, os preços da carne de frango voltaram a cair no últimos dias na maioria das regiões.

Em março, as exportações de carne de frango já registraram forte elevação, ajudando a minimizar perdas em volume no acumulado do ano, na comparação com 2014. Foram exportadas 348,9 mil toneladas em março, volume 7% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. De janeiro a março, as exportações totalizaram 928,7 mil toneladas, desempenho 0,2% inferior em comparação ao primeiro trimestre de 2014.

Representantes da ABPA apresentaram na semana passada, em Roma, o programa sanitário brasileiro para evitar a gripe aviária durante encontro do International Poultry Council (IPC), que reúne 24 países que representam 85% da produção avícola mundial.

A coordenadora de Mercado Externo da ABPA, Marília Rangel, apresentou o Projeto de Compartimentação da Avicultura, uma estratégia que tem o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) e que conta com normativas reguladoras de implementação pelo Ministério da Agricultura (Mapa).

“Dentre os grandes produtores mundiais, o Brasil é o único a nunca registrar casos de Influenza Aviária em seu território, graças à excelência de seus processos produtivos e à gestão meticulosa do status sanitário. Neste encontro do IPC, dividimos um pouco do conhecimento técnico que construímos, que nos permitiu avançar para o modelo compartimentado”, disse o vice-presidente do setor de Aves da ABPA, Ricardo Santin, que também é vice-presidente do IPC, em nota divulgada pela associação.

Segundo o modelo do Projeto de Compartimentação da Avicultura, cada núcleo de produção é dividido em compartimentos, de forma a estabelecer um rastreamento sanitário pleno da produção, permitindo gestões mais rápidas e efetivas em caso de crises sanitárias.

O Brasil é o primeiro país do mundo a criar uma legislação para a compartimentação da produção da avicultura. Uma Instrução Normativa publicada em outubro de 2014 pelo Mapa oficializou o modelo produtivo na avicultura nacional, estabelecendo diretrizes que devem ser seguidas para que a empresa ganhe o direito de ser considerada “compartimentada”.