Redação (10/12/2008)- “Este ano foi excepcional porque os preços estavam altos e tornaram o mercado competitivo. O desafio agora, com a baixa dos preços, é aproveitar a perda de competitividade de alguns países e abrir mercado para o Brasil”. A afirmação é do secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Célio Porto, durante avaliação dos resultados do comércio internacional no Brasil, em 2008, nesta terça-feira (9) em São Paulo/SP.
A reunião foi organizada pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI), do Mapa, para avaliar resultados, ouvir exportadores e definir as prioridades do mercado externo. Realizado na Superintendência Federal de Agricultura no Estado de São Paulo (SFA/SP), o encontro definiu estratégias de negociação e ações para ampliar o comércio internacional.
Na avaliação, as exportações brasileiras conseguiram fechar 2008 com saldo positivo. Nos primeiros 11 meses do ano, os valores somaram US$ 67 bilhões, com crescimento de 26,8% em relação ao mesmo período de 2007. O saldo comercial do agronegócio cresceu mais de US$ 10 bilhões, saindo de US$ 45,9 bilhões, no período de janeiro a novembro de 2007, para US$ 56,1 bilhões no acumulado de 2008. Entre os países de destino das exportações brasileiras, o comércio com a China cresceu 72,8%, tornando-se o principal importador brasileiro.
Crise – Em relação às especulações com redução de crédito, Célio Porto explicou que houve recuperação no volume de adiantamento de contratos de câmbio concedido pelos bancos aos setores de exportação. O secretário acredita que o setor agrícola será menos afetado que os produtos de bens duráveis. “Os fatores fundamentais que levaram à alta dos preços dos alimentos, este ano, permanecem. A crise afetou os preços, mas, em longo prazo, eles devem recuperar níveis remuneradores”, ressaltou.
Uma das preocupações do secretário é com os preços dos insumos e defensivos agrícolas em 2009. A SRI pretende propor medidas para reduzir o custo da importação e facilitar o negócio direto entre fornecedores internacionais e compradores brasileiros. A exploração de novas jazidas no Brasil, também será alternativa para reduzir o preço dos insumos.