Redação (12/11/2008)- As exportações diretas das cooperativas brasileiras registraram um crescimento de 27,5% no acumulado de janeiro a setembro de 2008, na comparação com o mesmo período de 2007. As vendas do setor ao exterior somaram US$ 3,13 bilhões, enquanto no ano passado totalizaram US$ 2,46 bilhões. Já o volume exportado foi de 5,63 milhões de toneladas, contra 6,48 milhões de toneladas em 2007.
Os dados fazem parte de um estudo da Gerência de Mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), com base em informações da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDC). A análise indica que a balança comercial do setor apresentou um superávit de US$ 2,71 bilhões, com crescimento de 20,46% em relação aos meses de janeiro a setembro do ano anterior. Nesse mesmo período, as cooperativas brasileiras importaram US$ 419,49 milhões. O resultado vem em conseqüência, principalmente, da comercialização dos produtos do complexo soja, do setor sucroalcooleiro e das carnes.
Conforme o estudo, os valores exportados e a cotação do dólar apresentaram comportamentos inversos. Mesmo com os desafios impostos para a exportação da produção, destacando-se a valorização do Real de 43,01% nos meses de janeiro a setembro, entre 2004 e 2008, as cooperativas registraram receitas cambiais crescentes. Porém, os impactos da crise mundial resultaram em saída de dólares do Brasil e elevações significativas na taxa de câmbio, para patamares superiores a 2,10 R$.US$-1.
O estudo mostra ainda que as variações observadas nas exportações brasileiras foram superiores no primeiro período analisado (janeiro a setembro de 2005) e no último intervalo (janeiro a setembro de 2008). Contudo, nos meses de janeiro a setembro de 2006 e de 2007, as taxas de crescimento das exportações diretas das cooperativas ultrapassaram as taxas médias da economia brasileira.
Produtos em destaque
Entre os produtos exportados pelas cooperativas brasileiras, foi destaque no acumulado de janeiro a setembro do ano, ocupando o primeiro lugar no ranking, o complexo soja, totalizando US$ 1,1 bilhão e respondendo por 36,12% do total exportado. Foi registrado crescimento de 64,31% em relação ao mesmo período de 2007, quando os embarques somaram US$ 670,59 milhões. Este incremento é explicado pelo aumento das exportações do farelo de soja (79,37%), da soja em grão (54,05%) e do óleo de soja (84,21%). Quanto ao volume exportado, os valores passaram de 2,39 milhões de toneladas para 2,55 milhões de toneladas.
Em segundo lugar aparece o complexo sucroalcooleiro, com 27,21% das exportações. Os produtos que compõem este grupo somaram US$ 830,01 milhões, com volume de 2,07 milhões de toneladas. No ano passado, foram US$ 931,02 milhões e 3,11 milhões de toneladas. Esta redução pode ser explicada pelas quedas nas vendas de açúcar, que apresentaram uma diminuição de 47,18% entre os dois períodos analisados. Esse segmento havia mostrado maior destaque entre os produtos exportados pelas cooperativas nos meses de janeiro a setembro de 2007 (US$ 656,48 milhões).
O segmento das carnes aparece em seguida, com total de US$ 641,39 milhões e volume exportado de 290,90 mil toneladas. A participação nos valores obtidos com as vendas externas foi de 21,02%. Neste segmento, as carnes de aves ficaram na liderança, respondendo por 56% do total das carnes nos meses de janeiro a setembro de 2008.
Mercados potenciais
O principal mercado de destino dos produtos das cooperativas brasileiras foi a China, que representou 12,04% do total das exportações, com um total de US$ 377,21 milhões. No mesmo período, em 2007, respondia por 10,58% das vendas, com valor de US$ 259,96 milhões. As elevações nas exportações para a China foram decorrentes das vendas dos produtos do complexo soja, com destaque para a soja em grão (24,29%) e óleo de soja (335,50%), e produtos comestíveis de origem animal (52,13%).
Na seqüência, aparecem a Alemanha (10,82%), os Países Baixos (10,52%), os Estados Unidos (9,51%), o Japão (5,96%) e a Rússia (5,41%). Pode-se destacar ainda a participação do Paquistão, com um total de US$ 66,47 milhões, o que representa uma parcela de 2,12% das vendas diretas das cooperativas. No mesmo período do ano anterior, sua participação foi de apenas 0,12%.
Blocos Econômicos
As exportações das cooperativas para a Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC) somaram US$ 1,1 bilhão nos meses de janeiro a setembro de 2008, com crescimento de 55,63% se comparado ao mesmo período de 2007. Em seguida aparece a União Européia (UE) com um total de US$ 1 bilhão e uma taxa de evolução de 43,93%.
Estados
Considerando os meses de janeiro a setembro de 2008, o estado do Paraná liderou nas exportações dos produtos cooperativistas, com uma parcela de 36,88% do total e um valor absoluto de US$ 1,6 bilhão. O complexo soja mostrou uma participação de 49,34% do total exportado nos meses de janeiro a setembro de 2008, o que equivale a US$ 569,93 milhões. O incremento da participação da soja foi explicado pelos valores exportados do farelo (US$ 239,75 milhões) e do grão (US$ 223,69 milhões), considerando-se as oscilações dos seus preços no mercado internacional. As carnes apresentaram um faturamento de US$ 334,08 milhões com as vendas externas em 2008, representando 28,92% do total exportado pelas cooperativas do estado. No mesmo período de 2007, a participação foi de 28,87%, quando foram comercializados US$ 223,66 milhões.
Em seguida, aparece São Paulo, que passou de US$ 930,28 milhões, de janeiro a setembro 2007, para US$ 731,11 milhões, com redução de US$ 199,17 milhões. No acumulado de janeiro a setembro de 2008, o estado representou 23,34% do total exportado pelas cooperativas brasileiras. Os itens do complexo sucroalcooleiro foram destaques.
Com US$ 351,64 milhões, Rio Grande do Sul é o terceiro estado destaque no período analisado. Suas vendas respondem por 11,23%. Neste caso, foi registrado crescimento de 140,03%, pois respondia por apenas 5,96% em 2007. O principal produto exportado foi a soja em grão e o trigo. As informações são da assessoria de imprensa da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).