“Felizmente, o crescimento das exportações de carne suína para Hong Kong e Ucrânia compensaram as perdas na Rússia. O Brasil reduziu a dependência do mercado russo de maneira significativa”, diz Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).
Consequência do embargo sanitário decretado pela Rússia, em junho, e do câmbio desfavorável as exportações de carne suína brasileira, em agosto, caíram 3,8% em volume na comparação com o mesmo mês de 2010. Já o faturamento aumentou 5,33% no período, segundo informações da Abipecs. Em agosto, o preço médio registrou uma elevação de 9,46% em relação a agosto do ano passado.
Queda de 3,41% em oito meses – No acumulado do ano, em comparação aos oito primeiros meses de 2010, a queda nas exportações de carne suína foi de 3,41% em toneladas. A receita cresceu 7,43% no período. As vendas externas de carne suína, no período, foram de 348.844 toneladas, com um faturamento de US$ 951,21 milhões.
O Brasil exportou 45.887 toneladas em agosto, ante 47.689 t no mesmo mês do ano passado. A receita com os embarques atingiu US$ 122 milhões.
Exportações para a Rússia despencam – Para a Rússia, as exportações despencaram, em agosto, 87,4% em t (2.922 toneladas em comparação com 23.132 t em agosto de 2010) e 85,4% em valor (US$ 8,9 milhões ante US$ 61,2 milhões).
De janeiro a agosto, as vendas de carne suína para a Rússia somaram 115.568 t, com uma receita de US$ 360 milhões. Isso significa uma queda de 30,31% em volume e 20,54% em valor. “Passou da hora de resolver o embargo russo. Com a finalização das negociações, as quais mostram o apoio do Brasil à entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio – OMC, resta a questão sanitária. O governo federal precisa agir com rapidez e firmeza”,diz Pedro de Camargo Neto.
Aumento nas vendas para Ucrânia – Terceiro maior comprador, a Ucrânia surpreendeu, em agosto, com importações de 11.959 t, um crescimento de 197% em relação ao mesmo mês de 2010. Em receita, o aumento foi de 228% – US$ 34,4 milhões, ante US$ 10,5 milhões em agosto de 2010.
Hong Kong compra mais – No acumulado do ano, a Rússia ainda é o primeiro mercado da carne suína brasileira, seguido de Hong Kong. Para esse cliente, as vendas, em agosto, cresceram 164%: 14.822 t. De janeiro a agosto, Hong Kong importou do Brasil 79.498 t, um crescimento de 26,2% em volume e de 50,70% em valor (US$ 188,24 milhões).
Queda nas vendas para Argentina – As exportações de carne suína para a Argentina caíram 3,60% em volume, em agosto (3.363 t). De janeiro a agosto, as vendas para o país vizinho aumentaram 15,72%, de 21.794 t para 25.221 t. “A Argentina continua a dificultar a liberação de guias de importação em ação protecionista em desacordo com o Mercosul”,afirma o presidente da Abipecs.