Contrariando as expectativas positivas da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), setembro não foi um bom mês para as exportações de carne suína. De acordo com a entidade, o Brasil exportou 45.996 toneladas e contabilizou receita de US$ 123,65 milhões, o que representou retração de 23,90% em volume e 21,56% em valor. O preço médio, porém, aumentou 3,07%, ou seja, US$ 2.688 a tonelada. “Esperávamos números melhores. Tínhamos previsto um volume de embarque em torno de 60 mil toneladas para setembro, mas isto não se concretizou”, lamenta o presidente da Abipecs, Rui Eduardo Saldanha Vargas. Segundo ele, os números mais tímidos revelam a instabilidade de setor de suínos e refletem o cenário do momento em relação à redução dos abates, que já ocorre há dois meses, reação dos preços, consumo interno, e dificuldades de logística nos portos durante uma semana, em setembro. “No entanto, seguimos trabalhando para a abertura de mais mercados e concretizar os já abertos este ano, como é o caso do Japão e Coreia do Sul. Desta forma, podemos oferecer uma maior tranquilidade para esta cadeia”, disse o presidente da Abipecs em coletiva realizada hoje (10/10) na sede da entidade em São Paulo (SP).
De janeiro a setembro de 2013, as vendas externas atingiram 389.289 toneladas, infoma a Abipecs, o que representa uma queda de 9,09% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita também caiu. O valor até o momento é de US$ 1,013 bilhão, uma redução de 6,88% ante o mesmo período de 2012.
Os dados nada animadores indicam que a meta de embarcar 600 mil toneladas, em 2013, não deve ser atingida. De acordo com Vargas, as exportações devem alcançar 540-550 mil toneladas, ou seja, resultado menor ao alcançado no ano passado (560-570 mil toneladas). Ele credita o baixo desempenho das exportações de carne suína em 2013 ao embargo ucrâniano ocorrido em março, abril e maio deste ano, após um caso de contaminação pela bactéria listeria. “Mas o caso já foi resolvido e normalizado. Já retomamos os embarques normalmente”.
Apesar desta conjuntura, o presidente da Abipecs mostra-se otimista. “Contrapondo a estimativa de exportação mensal, de nos próximos três meses, ser em média de 50 mil toneladas, acredito que podemos ter uma grande surpresa ainda este ano e pelo menos igualarmos o resultado deste ano com o do ano passado”.
Destinos
A Rússia – que recentemente restringiu a entrada de produtos brasileiros em seu território – continua como primeiro mercado para os embarques brasileiros de carne suína em 2013, com participação de 26,87%. Em setembro, ficou em segundo lugar, segundo dados divulgados pela Abipecs:
Principais destinos em setembro:
1º Hong Kong – 9.844 toneladas – 21,40%
2º Rússia – 9.655 toneladas – 20,99%
4º Angola – 4.517 t – 9,82%
5º Venezuela – 3.122 t – 6,79%
Para 2014, Vargas tem melhores perspectivas para a abertura e manutenção de mercados para a carne suína nacional. “O Japão, cujo mercado foi aberto recentemente, “está gradativamente importando, mas devemos reiterar que o processo será
mais lento do que nas demais praças que foram abertas nos últimos anos. Isso porque há especificações para os produtos que os japoneses demandam. Essas especificações devem desencadear ações de caráter nutricional dos animais e manejo.
Isso também deve ser realizado de forma gradativa”, diz o presidente da Abipecs, que está confiante também na reabertura do mercado da África do Sul e no aumento de embarques para Coreia do Sul e Argentina. “Seguimos na luta para entrar 2014 com o pé direito, driblando os custos de produção, e brigando por mercados”. Com informações da assessoria de imprensa.
Principais estados exportadores no período janeiro-setembro:
1º Santa Catarina – 131.749 toneladas (33,84% de participação)
2º Rio Grande do Sul – 122.922 t (31,58%)
3º Goiás – 52.774 t (13,56%)
4º Minas Gerais – 34.401 t (8,84%)
5º Paraná – 30.718 t (7,89%)