Redação AI 09/06/2003 – As cotas de importação impostas pela Rússia e as restrições da Europa – como a mudança na taxação do frango salgado – devem fazer as exportações brasileiras de frango crescerem menos do se esperava inicialmente.
A expectativa de Júlio Cardoso, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Frango (Abef), quando assumiu o posto este ano era de um aumento de 8% a 10% nos volumes exportados, que chegaram a 1,6 milhão de toneladas em 2002. Agora, Cardoso projeta um crescimento entre 3% e 5%. “As cotas da Rússia tiram 15% do volume”, afirmou. Pelo sistema de cotas da Rússia, que entrou em vigor mês passado, o Brasil só poderá exportar 33,3 mil toneladas entre maio e dezembro. Até abril, foram 114,7 mil toneladas. Em maio, menos de 4 mil toneladas.
Para a receita, no entanto, a Abef espera um aumento entre 10% e 15%, por conta da recuperação de preços. Em 2002, a receita apurada foi de US$ 1,4 bilhão.
A Abef divulgou na sexta-feira as exportações de maio, que já mostram recuperação nas cotações em relação a janeiro deste ano. Segundo Cardoso, o preço médio ficou em US$ 880 por tonelada, alta de 16%. Mas o preço médio entre janeiro e maio deste ano ficou 12,4% abaixo de igual período de 2002, em US$ 834.
Os números também mostram um avanço de 37,8% nos volumes de carne de frango in natura exportados sobre maio de 2002. Em maio, as vendas somaram 130 mil toneladas. Já a receita em maio cresceu 42,9% sobre igual mês de 2002, totalizando US$ 114 milhões, segundo a Abef.
No acumulado do ano, as exportações somam 757 mil toneladas e a receita, US$ 607,8 milhões. No segmento de industrializados, os volumes acumulados somam 14,9 mil toneladas, alta de 102% sobre igual período de 2002. A receita totalizou US$ 36 milhões, aumento de 113%.