As exportações de soja e milho pelos portos do Arco Norte – Itacoatiara (AM), Santarém e Vila do Conde (PA), Itaqui (MA) e Salvador (BA) – saltaram de 13 milhões de toneladas para 20 milhões de toneladas no acumulado de 2015, em comparação com 2014. Esse resultado representa um incremento de quase 54% na capacidade de escoamento de grãos pelos portos da região.
De acordo com o diretor de Infraestrutura, Logística e Geoconhecimento para o Setor Agropecuário, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcelo Cabral, a participação do Arco Norte, que há cinco anos escoava 8% do total soja e milho destinado ao mercado internacional, já alcança 20% dos embarques totais do país.
“Isso mostra o acerto das políticas de incentivos para o crescimento do setor portuário naquela região, visando a atender a produção colhida acima do Paralelo 16 (paralelo que está 16 graus a norte do plano equatorial da Terra)”, destaca Cabral.
Segundo ele, a proximidade das áreas de produção do Centro-Oeste com os portos do Norte e Nordeste reduz distâncias, com impacto positivo da ordem de US$ 50/tonelada no custo logístico. “Além disso, contribui para aliviar a pressão nos terminais de embarque do Sul e Sudeste.”
Santos e Paranaguá
As vendas externas de soja e milho atingiram volume próximo a 100 milhões de toneladas em 2015.
Os embarques pelo porto de Santos – maior complexo portuário do Brasil – saíram de 27 milhões, em 2014, para 30 milhões de toneladas desses grãos em 2015. Paranaguá, no Paraná, teve crescimento mais discreto, de 17 milhões para 18 milhões de toneladas desses dois grãos.
Todos os portos brasileiros vocacionados à exportação operaram volumes acima daqueles registrados na safra anterior. “O reordenamento de processos operacionais e gestão inovadora, a exemplo do agendamento na recepção rodoviária em Santos e outros terminais, permitiram maior eficiência e produtividade nos portos”, destaca o diretor.
Acompanhamento
O Grupo de Trabalho Interministerial de acompanhamento do escoamento da safra já iniciou o monitoramento das condições da infraestrutura viária e portuária para propor medidas que permitam a normalidade no processo de exportação, em um cenário de crescimento da participação do Brasil no mercado internacional de alimentos.
O GT, coordenado pelo Mapa, é composto por representantes do Ministério dos Transportes, Secretaria de Portos, Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Agência Nacional de Transportes Terrestres, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Confederação Nacional dos Transportes, Companhia Nacional de Abastecimento.