Dois levantamentos divulgados ontem (11/11) mostram como o mercado chinês é importante para a soja brasileira. No Brasil, o Ministério da Agricultura divulgou os resultados da balança do campo em outubro e um dos grandes destaques negativos foi o forte recuo das exportações de soja em grão; na China, novos números de importações mostraram uma forte queda das compras do mesmo produto no exterior no mesmo mês.
Os embarques brasileiros do agronegócio alcançaram US$ 5,475 bilhões no mês passado, 17,3% menos que em outubro de 2008. No caso do complexo soja, que no mês perdeu a liderança das exportações do agronegócio para carnes e açúcar e álcool, o recuo foi de 33,8% na mesma comparação, para US$ 769,3 milhões. Superaquecida no primeiro semestre por causa da forte demanda chinesa, o recuo já era previsto por analistas.
E a demanda chinesa, seguindo uma estratégia bem definida e executada pelo governo do país, voltou a decepcionar. Em outubro, as importações do gigante recuaram pelo quarto mês consecutivo, para o menor patamar em um ano. Foram 2,52 milhões de toneladas, pouco menos da metade do recorde mensal atingido em junho (4,7 milhões de toneladas. Mas agora que a entrada da safra (2009/10) dos Estados Unidos no mercado ganhou ritmo e os preços caíram – também por causa da redução das compras da China -, o gigante asiático deverá voltar às compras, conforme estimam analistas.
Ontem as cotações do grão recuperaram as perdas de terça-feira na bolsa de Chicago, em parte causadas por novas estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) para a produção no país e no mundo em 2009/10, que serão recorde. Os contratos para janeiro fecharam a US$ 9,72 por bushel, alta de 4 centavos de dólar.
Diferentemente do que informou ontem o Valor por um erro de edição, a produção mundial da oleaginosa deverá somar 250,23 milhões de toneladas, 1,7% mais que o estimado em outubro e 18,7% acima da safra 2008/09.(FL, com agências internacionais)