Da Redação 07/07/2004 – 06h01 – As exportações do agronegócio brasileiro bateram novos recordes. Ancoradas pelo bom desempenho do complexo soja, carnes, café, açúcar, álcool, madeiras e cereais, as vendas externas do setor alcançaram US$ 4,4 bilhões em junho, um aumento de 68,6% em relação a igual período de 2003.
Recorde histórico para os meses de junho, o superávit alcançou US$ 3,96 bilhões 78% acima de 2003. Pela primeira vez desde 1989, quando se iniciou a série histórica, exportações e saldo superaram estas cifras em um único mês. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, dia 6, pela Secretaria de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O agronegócio foi responsável por 47,2% das exportações globais do Brasil em junho. No primeiro semestre do ano, as exportações do setor somaram US$ 18,5 bilhões, um resultado 36% acima do registrado nos seis primeiros meses de 2003. O saldo comercial ficou positivo em US$ 16,1 bilhões um acréscimo de 42,6% sobre os US$ 11,3 bilhões do mesmo período do ano passado. Ambos resultados foram recordes históricos para o agronegócio.
Neste seis primeiros meses do ano, destacaram-se as exportações do complexo soja (+45,5%), carnes (+61%), madeira e suas obras (+48,5%), leite (+58%), café (25,5%), açúcar e álcool (+53,5%) e cereais, farinhas e preparações (+314%). No acumulado dos últimos 12 meses, entre julho de 2003 e junho de 2004, as exportações somaram US$ 35,515 bilhões (+23,7%) e o superávit, US$ 30,651 bilhões (+27%). Pela primeira vez, vendas externas e saldo comercial do agronegócio ultrapassaram essas cifras em 12 meses.
As exportações de carnes continuaram a crescer significativamente, chegando a US$ 518 milhões em junho e a US$ 2,5 bilhões (+61%) no ano todo.
“Houve um forte aumento no volume embarcado em função da elevação de 30% a 35% nos preços dos mais importantes produtos da cadeia”, diz Linneu Costa Lima, secretário de Produção e Comercialização do ministério.
Segundo Linneu, é importante destacar o aumento das exportações de carne bovina in natura (+36%) e de frango in natura (+22%). O desempenho reflete as mudanças causadas pelos focos do mal da “vaca louca” no Canadá e nos Estados Unidos, em 2003, e da “gripe do frango”, na Ásia, EUA e Canadá.
O complexo soja foi o maior destaque da pauta de exportações em junho. As vendas alcançaram US$ 1,85 bilhão, um resultado 108% superior aos US$ 887,3 milhões de junho de 2003. Só de soja em grãos, foram vendidos US$ 1,05 bilhão (+98%). As vendas de farelo somaram US$ 555,8 milhões (+ 110,5%). Em óleo, foram embarcadas US$ 218,5 milhões (+211,5%).
Em junho houve crescimento das exportações para todos os continentes e blocos econômicos. Vendemos mais para União Européia (+56,5%); Ásia (+79%); Nafta, sem México, (+53,6%); Oriente Médio (+209%); Europa Oriental (+18,2%); África (+110%); e Mercosul (+30,5%). Em termos de países de destino, registre-se o crescimento das exportações para a China, que comprou US$ 620,2 milhões (+154%); Estados Unidos, com US$ 574 milhões (+55%); Países Baixos, com US$ 410,1 milhões (44%); Alemanha, com US$ 247,9 milhões (71%); e Irã, com US$ 205,5 milhões (393%).