A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou sua estimativa para a produção brasileira de grão na safra 2015/2014. O décimo segundo levantamento feito pela empresa prevê a colheita recorde de 209,5 milhões de toneladas, volume 15,9 milhões de toneladas (+8,2%) acima do colhido na safra passada.
Segundo os técnicos da Conab, o ganho de produtividade do milho segunda safra, registrado nos estados do Sudeste, Centro-Oeste e no Paraná, foi um dos responsáveis pelo crescimento. A produção de milho atingiu 54,5 milhões de toneladas e cresceu 12,6% em comparação as 48,4 milhões de toneladas da safra passada. Em relação ao levantamento anterior, houve um acréscimo de 500 mil toneladas. Já a produção de soja é estimada em 96,2 milhões de toneladas, volume 11,8% acima das 86,1 milhões da safra anterior.
O levantamento da Conab estima a área cultivada em 58 milhões de hectares, que é 1,7% maior que a da safra 2013/14, com a expansão de 976,1 mil hectares. O plantio de soja cresceu 6,4% (mais 1,9 milhão de hectares) e o milho aumentou 4,1% (mais 376,4 mil hectares). No total, a área da soja é estimada em 32,1 milhões de hectares e a do milho segunda safra em 9,6 milhões.Os técnicos observam que o trigo está em início de colheita em alguns estados do Centro-Oeste, Sudeste e no Paraná. Eles comentam que apesar da redução de 10,4% na área cultivada, a expectativa é de aumento de produção, que pode chegar a sete milhões de toneladas, graças sobretudo à recuperação da produtividade no Rio Grande do Sul, onde os produtores enfrentaram dificuldades no início do plantio, por causa do excesso de chuvas.
Exportações do agronegócio somam US$ 7,34 bilhões em agosto
Soja, carnes, produtos florestais, complexo sucroalcooleiro e café concentraram 80% dos embarques.
As exportações dos produtos do agronegócio alcançaram US$ 7,34 bilhões em agosto deste ano, o que representa recuo de 17,4% nas vendas externas do país em relação ao mesmo mês do ano passado. Já as importações totalizaram US$ 967 milhões, com retração de 31,5% na comparação ao mesmo período de 2014. Com isso, o saldo da balança comercial do setor foi de US$ 6,38 bilhões em agosto. Os dados constam do Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (AgroStat), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A secretária de Relações Internacionais do Agronegócio, Tatiana Palermo, ressaltou que o setor do agronegócio, mais uma vez, contribui para um considerável superávit na balança comercial brasileira. “Foram US$ 50,5 bilhões no acumulado de oito meses do ano. Destaco a relevante participação do setor no total das exportações brasileiras. O agro responde hoje por 46,5% do total, e no ano passado, foram 43,9%, no mesmo período”, afirmou.
A secretaria salientou que as exportações de soja em grão e de carnes estão sendo realizadas em volumes cada vez maiores. “Em função da queda dos preços internacionais, a nossa receita neste mês de agosto foi menor do que no ano passado. Um dos destaques, porém, foi o aumento das exportações deóleo de soja no mês de agosto”, enfatizou. O valor de vendas desse produto industrializado cresceu 40%, totalizando US$ 180 milhões no período e US$ 746 milhões no acumulado do ano.
“Após a recente reabertura do mercado chinês para a nossa carne bovina in natura, a China se tornou, em agosto, o principal destino das exportações desse produto. Somente no mês passado, a receita foi de US$ 63,9 milhões”, comemorou Tatiana Palermo.
Cinco cadeias produtivas tiveram participação de 80% do total exportado pelo agronegócio em agosto: complexo soja (35,6%); carnes (17,7%); produtos florestais (11,1%); complexo sucroalcooleiro (8,7%); e café (6,5%).
Complexo soja
O complexo soja liderou as exportações em agosto, registrando US$ 2,62 bilhões em vendas. O produto mais vendido foi a soja em grãos, com embarques de US$ 2 bilhões. Houve incremento de 25,3% na quantidade comercializada, alcançando 5,16 milhões de toneladas. Apesar de o preço médio do produto ter caído 25,1% em agosto, passando de US$ 518 para US$ 388 por tonelada.
O farelo de soja ficou em segundo lugar, com receita de US$ 430 milhões e 1,11 milhão de toneladas embarcadas. O óleo de soja registrou US$ 181 milhões em exportações (+40,0%).
Carnes
As carnes apareceram em segundo lugar no ranking exportador do agronegócio em agosto, com US$ 1,30 bilhão e 563 mil toneladas embarcadas.
A carne de frango teve receita de US$ 642 milhões. A carne bovina apareceu em seguida, com vendas externas de US$ 498 milhões.
A carne suína in natura está na terceira posição com um resultado de US$ 114 milhões em remessas para o exterior.
Produtos florestais
Os produtos florestais ficaram na terceira posição dos setores do agronegócio que mais exportaram em agosto, com US$ 816 milhões, com embarques de 1,5 milhão de toneladas.
Papel e celulose puxaram as vendas do setor com receita de US$ 599 milhões. Em seguida, madeiras e suas obras registraram vendas de US$ 216 milhões.
Complexo sucroalcooleiro
O complexo sucroalcooleiro foi o quarto setor que mais exportou no mês de agosto com remessas da ordem de US$ 637 milhões. A queda nas exportações de açúcar foi a grande responsáve l pelo baixo desempenho do setor, com US$ 546 milhões.
Com menor participação nas exportações do complexo, o álcool obteve resultado de US$ 90 milhões
Café
O setor cafeeiro, que ocupa a quinta posição no ranking, exportou US$ 477 milhões, em receitas. A quantidade exportada foi de 168 mil toneladas.
O café verde rendeu US$ 424 milhões, com 160 mil toneladas vendidas. O café solúvel obteve US$ 50 milhões, com 7 mil toneladas embarcadas do produto.
Acumulado do ano
As exportações do agronegócio brasileiro atingiram US$ 59,71 bilhões entre janeiro e agosto de 2015. A participação do agronegócio no total das exportações brasileiras subiu de 43,9% para 46,5% no período. As importações do agronegócio totalizaram US$ 9,18 bilhões, como resultado, o saldo da balança comercial do agronegócio ficou em US$ 50,54 bilhões.
No acumulado dos oito meses, os cinco principais setores do agronegócio foram complexo soja (37,7%), carnes (6,3%), produtos florestais (11,3%), complexo sucroalcooleiro (8,9%) e o café (6,9%), totalizando 81% das vendas.
Os embarques do complexo soja chegaram ao valor de US$ 22,52 bilhões, principal item das exportações. O setor de carnes vendeu US$ 9,70 bilhões. Os produtos florestais alcançaram US$ 6,75 bilhões. O complexo sucroalcooleiro ficou na quarta colocação entre os principais setores exportadores do agronegócio, com o montante de US$ 5,32 bilhões. O setor cafeeiro exportou US$ 4,10 bilhões.