As exportações do agronegócio, em Mato Grosso, registraram no mês passado, o melhor julho dos últimos três anos, ao atingir negócios de US$ 900,34 milhões. As cifras superam em 15,04% o realizado em igual mês de 2010, US$ 782,62 milhões, e em cerca de 0,5% o contabilizado em 2009, US$ 897,85 milhões. A ascensão, na comparação com igual período de 2009 e 2010, revela que apesar dos entraves, o Estado conseguiu manter o ritmo do comércio internacional.
Entre os principais limitadores à competitividade mato-grossense, neste momento, está a desvalorização do dólar frente ao real e o embargo russo às carnes e seus derivados em vigor desde 15 de junho.
Nos meses de referência, por exemplo, a taxa média do câmbio ficou em R$ 1,94, R$ 1,77 e R$ 1,57 em julho de 2009, 2010 e 2011, respectivamente. Entre a maior e a menor cotação da moeda norte-americana há retração de 19%.
Na gangorra das exportações dos principais produtos da pauta estadual, nenhum segmento registra desempenho integralmente positivo. O complexo soja, que neste mês representou quase 75% do total exportado pela pauta local, fechou julho em alta na comparação com julho de 2010. Os negócios passaram de US$ 598,79 milhões para US$ 712,13 milhões, evolução de 19%. No entanto, na observação com igual período de 2009, há queda de 9,71%, já que naquele julho as vendas somaram US$ 788,75 milhões.
Os destaques do complexo são as vendas da soja em grão que somaram US$ 567,82 milhões em 2009, US$ 372,84 milhões em 2010 e US$ 542,40 milhões em julho deste ano. Outro produto que contribui para a sustentação do complexo foi o óleo de soja com o melhor julho dos últimos três anos: US$ 54,22 milhões (2009), US$ 41,85 milhões (2010) e US$ 56 milhões (2011).
No caso do complexo soja, a alta internacional dos preços foi suficiente para manter o ritmo de vendas, a despeito da influência negativa da taxa do câmbio. O mesmo efeito não se observa no complexo carnes, o segundo mais importante da pauta mato-grossense. Na comparação entre julho de 2011 ante julho de 2010, os negócios recuaram 18,8%, ao passar de US$ 114,09 milhões para US$ 92,64 milhões. Neste complexo, o embargo russo fez a diferença sobre o desempenho. Apenas as carnes de aves registram evolução positiva nos últimos três anos. Em julho de 2009, a receita internacional somou US$ 19,25 milhões, no mesmo mês de 2010, US$ 28,65 milhões e no mês passado, US$ 39,49 milhões.
No entanto, o item de maior relevância neste segmento, a carne bovina, amarga queda anual de receita de quase 35%. Em 2009, as vendas registram US$ 44,54 milhões, em 2010, US$ 75,72 milhões e no mês passado, US$ 49,78 milhões.
Mas a grande preocupação do setor produtivo, neste momento, é em relação ao veto russo às carnes suínas, já que o Estado é totalmente dependente da demanda vinda da Rússia. Entre julho de 2010 a julho deste ano, as vendas despencaram mais de 76%, ao sair de US$ 8,41 milhões para US$ 1,96 milhão. Em 2009, as exportações geraram receita de US$ 6,99 milhões.
Ajuda – A Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz/MT) anunciou ontem a redução de 12% no preço de pauta do quilo do suíno vivo para abate em Mato Grosso. O valor do suíno para abate em pé, que era de R$ 2,68, caiu para R$ 2,36 o quilo. O novo valor foi publicado pela Portaria n° 228/11, no Diário Oficial do Estado da última quarta-feira. A redução no valor de pauta atende ao pedido da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat).