Redação (22/10/2008)- As exportações e importações paranaenses alcançaram novo recorde histórico em volume de negociações em setembro. De acordo com o Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), desde o início do ano as movimentações realizadas pela indústria paranaense tiveram um total de US$ 23,171 bilhões, valor superior ao total comercializado em todo o ano de 2007, que já havia sido o melhor de toda a série histórica pesquisada. Segundo o coordenador da Fiep, Maurílio Schmitt, as atividades de importação e exportação devem se equilibrar antes do previsto, em razão da desordem econômica mundial.
Nos nove primeiros meses do ano, as exportações paranaenses atingiram um volume financeiro de US$ 12,184 bilhões, valor que já iguala a marca alcançada durante todo o ano passado. O montante é 34,74% maior do que o mesmo período de 2007. As importações também continuam em alta desproporcional as exportações. O volume acumulado é de US$ 10,987 bilhões de janeiro a setembro, superando o volume total de 2007. Em comparação com o ano passado o salto é de 75,02%. Em setembro, o saldo da balança comercial permanece equilibrado, com superávit de US$ 6 milhões.
Segundo Schmitt, mesmo com o novo recorde, as exportações cresceram somente 13,80% na comparação entre janeiro e setembro de 2008 contra o mesmo período de 2007, por causa da depreciação do câmbio. Já na conversão para o euro, considerando-se o montante exportado aos países da Comunidade Européia, a receita se expandiu em 19,18%. “A previsão era de que as importações se equiparassem às exportações no estado só em 2010. Porém, com os problemas econômicos e riscos de recessão, isso deve acontecer bem antes, mas sem data pré-definida”, aponta.
De acordo com o Schimitt, os números até setembro ainda eram positivos, mas a partir de agora, a situação deve mudar. “Com a crise nos mercados mundiais, os números de importação e exportação devem mudar. Não há como prever o que vai acontecer e, por isso, temos que ficar atentos nos próximos meses para ver como as atividades vão se comportar".
Quem lidera o ranking na participação do crescimento das exportações é o grupo soja, principalmente em grãos, com 31,72%. Os grãos tiveram boa safra e bons preços no exterior. Na comparação com o ano passado, o crescimento foi de 87%. Em segundo lugar, materiais de transportes ocupam 15,35% das participações. O grupo de carnes continua com a terceira colocação, responsável por 12,75% das vendas. Dois grupos de produtos apresentaram redução no comparativo: madeira (-9,63%) e materiais elétricos e eletrônicos (-2,55%). Em setembro, a China se consolidou como o maior parceiro comercial do Paraná, somando US$ 2,5 bilhões de intercâmbio (US$ 1,473 milhões em exportações e US$ 1,030 milhões em importações). O estado exporta para o país asiático especialmente grãos de soja (91,53%), máquinas e equipamentos (3,12%) e papéis (1,65%). De lá são importados produtos de informática (23,73%), máquinas e equipamentos (21,98%) e adubos, fertilizantes e herbicidas (18,08%). A parceria com a Argentina é a segunda maior do Paraná acumulando um intercâmbio de US$ 2,27 bilhões.
Importações
Ainda sob os reflexos do câmbio, as indústrias paranaenses continuam com um alto volume de importações. Produtos químicos, como por exemplo, adubo e fertilizantes respondem por 24,93% das entradas no estado. O valor acumulado desses produtos é de 76,67%. Na seqüencia, petróleo e seus derivados representam 23,33% das compras do exterior.
Apesar de não estar na ponta do ranking dos produtos mais importados do estado, o grupo que mais cresceu no ano é o “Complexo Soja”, como o óleo (aumento de 293,2%), “em decorrência do acréscimo de importação de soja do Paraguai, que duplicou sua quantidade em peso (263%) e em valor por causa do aumento de preços internacionais em 71%”, diz Schmitt.
No quesito importações por categoria de uso, o grupo de combustíveis e lubrificantes (óleo bruto de petróleo, no caso paranaense) é o que acumula maior alta (121,46%) no ano. No entanto, no comparativo de setembro e agosto deste ano, a única das quatro categorias a apresentar acréscimo foi bens de consumo, que cresceu 17,28%.