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Exportações já perdem fôlego

<p>Vendas externas do agronegócio brasileiro, que somaram o recorde de US$ 12,24 bilhões nos primeiros quatro meses do ano, começaram a perder dinamismo, segundo estudos da CNA divulgados ontem (dia 19).</p>

Da Redação 20/05/2005 – As exportações brasileiras do agronegócio, que somaram o recorde de US$ 12,24 bilhões nos primeiros quatro meses do ano, começaram a perder dinamismo, segundo estudos da CNA divulgados ontem (dia 19). O ritmo de crescimento das vendas externas do setor caiu pela metade entre janeiro e abril deste ano na comparação com 2004 – de 35,6% para 14,6%. O saldo comercial cresceu 16,5%, de US$ 8,09 bilhões para US$ 10,61 bilhões. Mas, de novo, a taxa ficou abaixo dos 45% registrados no mesmo período do ano passado.

Além de ceder terreno ao setor industrial, o desempenho do agronegócio pode comprometer o resultado da balança comercial global do país. A fatia do agronegócio na balança comercial brasileira caiu de 41% para 36,4%. “É um reflexo direto da superoferta mundial e da queda nos preços da soja no mercado internacional”, afirma Antonio Donizeti Beraldo, chefe do Departamento de Comércio Exterior da CNA.

Embora tenham registrado um crescimento de 20% no volume embarcado, as vendas em dólar do complexo soja, carro-chefe do setor, despencaram 5% no período. A queda das cotações internacionais é, segundo Beraldo, a grande culpada. Os preços médios do complexo soja recuaram 21% no período. No algodão, a queda foi de 12,7%. No suco de laranja, de 8,4%.

Por outro lado, o complexo carnes cresceu 33% em dólar e 28% em volume. “Além disso, o setor teve um aumento de 4% nos preços médios”, afirmou Beraldo. Os embarques de suínos foram o principal destaque. Café (+ 67%), açúcar e álcool (+ 64,5%), fumo (+ 19%), madeira (+ 18%) e algodão (+ 14%) também ajudaram no recorde da balança comercial do setor. No lado das importações, aumentaram as compras no exterior de produtos lácteos (72%), cacau (51%), frutas (46%) e produtos hortícolas (44%).