Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Exportação

Exportações recuam

<p>Embarques de carne de frango registraram em agosto queda de 6,6% no volume e 24% na receita sobre o mesmo período do ano passado. Abef reduz de 5% para 3% a expectativa de crescimento das vendas externas este ano.</p>

O real valorizado e a demanda menor em alguns países estão prejudicando as exportações brasileiras de carne de frango, e o setor já reduz a previsão de embarques para este ano. Em agosto, as vendas externas somaram 301 mil toneladas, 6,6% menos do que em igual mês de 2008 e 5% abaixo de julho deste ano. A receita com os embarques foi de US$ 522 milhões, redução de 24% sobre agosto do ano passado e de 0,6% ante julho de 2009, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef).

“O câmbio é problema em alguns mercados. Alguns exportadores não têm como atender à demanda com os preços praticados”, afirmou Francisco Turra, presidente da Abef.

Como efeito dessa conjuntura, os preços do frango na exportação estão muito pressionados. Em agosto, o preço médio ficou em US 1.730 por tonelada, acima dos US$ 1.650 do mês anterior, mas quase 19% abaixo dos US$ 2.130 por tonelada de agosto de 2008, de acordo com a Abef.

Entre janeiro e agosto, as vendas de carne de frango caíram 3,1% em relação a igual período do ano anterior, para 2,4 milhões de toneladas. Mas com a queda dos preços, o recuo na receita foi bem mais pronunciado na mesma comparação: de 21%, para US$ 3,7 bilhões. O tombo nos preços médios praticados no período foi de quase 19%, para US$ 1.540 por tonelada.

Diante dos números vistos até agora, os exportadores reduziram de 5% para 3% a expectativa de crescimento das vendas externas este ano. Em 2008, elas somaram 3,6 milhões de toneladas. Já para a receita, que foi de US$ 6,9 bilhões em 2008, a previsão é de queda de 18%, de acordo com Turra.

Ainda que as vendas tenham voltado a se desacelerar em agosto, o presidente da Abef avalia que a expectativa é de recuperação no último trimestre. “O desempenho dos últimos três meses do ano vai ser um sinalizador de como será o próximo ano”, afirmou.

Para Turra, “no conjunto, a demanda tem sido boa”, mas há casos pontuais de dificuldades nas vendas, como a Rússia e a União Europeia. A Rússia, aliás, tem sido um problema para os exportadores de carne desde o início da crise financeira global. De acordo com a Abef, entre janeiro e agosto, os países da Europa (extra-UE, inclui Rússia) compraram 91 mil toneladas, queda de 47% nos volumes. A receita caiu ainda mais, 57,7%, para US$ 143 milhões. Já a União Europeia importou 343 mil toneladas até agosto, 5,7% a menos que no mesmo período de 2008.

Francisco Turra observou que a desaceleração nas exportações já levou os produtores a reduzirem o alojamento de matrizes em agosto passado.