Seguindo a tendência iniciada no mês de julho, as exportações de carne suína em agosto de 2009 registraram queda, segundo as informações divulgadas pela presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). Os números totalizaram 39,9 mil toneladas, conforme estatísticas divulgadas hoje pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Na comparação com o volume exportado em agosto de 2008, de 42,1 mil toneladas, verifica-se uma queda de 5%. “Infelizmente, não temos conseguido aumentar as exportações”, disse Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs.
Apesar da queda registrada, a entidade ainda mantém a previsão das exportações deste ano, ao redor de 600 mil toneladas. “Nos mercados atualmente abertos para as exportações do Brasil, temos perdido competitividade como resultado da política cambial, que vem seguidamente fortalecendo o Real. A abertura de novos mercados prossegue de maneira excessivamente lenta”, comenta Camargo Neto.
Novos mercados – Mesmo com as exportações em baixa, a Abipecs comemora a abertura do mercado vietnamita neste mês. Segundo Camargo Neto, o Vietnã abriu seu mercado para as importações de carne suína de toda a região livre de febra aftosa com ou sem vacinação. “Esperamos brevemente iniciar as exportações para este novo país da Ásia”, afirmou.
Para a entidade suinícola, o Vietnã é um importante consumidor de carne suína e produz a maior parte das 2,5 milhões de toneladas que consome, porém passou a importar pequenas quantidades recentemente. Conforme o comunicado emitido pela Abipecs, a FAO estimou que o Vietnã poderá importar cerca de 30 mil toneladas em 2009. Uma missão comercial, liderada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com participação da associação, acontecerá entre os dias 03 e 04 de outubro.
Camargo Neto, através do comunicado da Abipecs, também espera resultados positivos através do fórum IBAS. “Esperamos que hoje, na reunião do fórum IBAS [iniciativa trilateral entre Índia, Brasil e África do Sul, desenvolvida no intuito de promover a cooperação Sul-Sul], o governo brasileiro tenha utilizado a oportunidade para reiterar a solicitação de reabertura do mercado sul-africano para as exportações de carne suína”, afirma.
Segundo a entidade, a África do Sul é o último país que ainda mantém embargo à importação em função do foco de febre aftosa de 2005. Em julho, o secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, acompanhado de dois diretores de departamento da área animal do Ministério da Agricultura, visitaram Pretória com o objetivo de esclarecer todas as dúvidas das autoridades do país visando à reabertura do mercado. Na opinião de Pedro de Camargo Neto, o IBAS não pode se restringir a questões políticas. “É essencial tratar de pendências comerciais, como o triste caso do embargo à carne suína”.