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Exportação

Exportador tenta 'dobrar' UE

<p>Frigoríficos formalizam pedido de alteração nas exigências da UE para rastreamento do gado bovino nacional.</p>

Na tentativa de elevar as exportações de carne bovina à Europa, os frigoríficos brasileiros formalizam hoje (13/10), em Bruxelas, um pedido de alteração nas exigência da Comissão Europeia para o rastreamento do gado bovino nacional.

A indústria do país quer equiparação com as regras fixadas pelos europeus para a compra do produto dos Estados Unidos, como as exigências de permanência do gado em áreas habilitadas, além da administração da lista de fazendas habilitadas a vender ao bloco por autoridades brasileiras.

O presidente da associações dos exportadores (Abiec), Roberto Giannetti da Fonseca, terá encontros reservados com os diretores-gerais de quatro comissões do braço executivo da União Europeia. A Abiec quer enxugar as normas e colocar como única exigência aos embarques pela chamada “Cota Hilton” a comprovação da permanência do gado em confinamentos durante os últimos 100 dias antes do abate.

Hoje, os europeus exigem que os frigoríficos comprem gado apenas de fazendas que adotam uma “quarentena” de 90 dias. A regra não inclui a criação intensiva em confinamentos e a indústria precisa comprovar este período mínimo de permanência na última propriedade. O Brasil argumentará que uma recente decisão da UE permitiu aos EUA exportar ao bloco carne de confinamentos no mesmo prazo de 100 dias.

“Com isso, vamos aumentar a oferta de gado e vender a preços mais convidativos dentro da Cota Hilton”, afirma Giannetti. O executivo aposta na pressão interna do bloco para emplacar a alteração. “Há uma tendência de valorização dos preços e nosso gado está fazendo falta para eles”. A Irlanda, um dos principais provedores de gado do bloco, tem restrições sanitárias para vender aos parceiros da UE.

O Brasil também negocia com a UE a transferência da administração da lista de fazendas habilitadas ao Ministério da Agricultura. Isso deve acelerar o processo de auditoria das fazendas e de inclusão de novas propriedades na chamada lista “Traces” imposta ao Brasil.

“Tínhamos 10 mil fazendas antes da criação da lista. Hoje, são 1,5 mil. Se aprovarmos as mudanças, podemos chegar a 8 mil ou 9 mil fazendas habilitadas em um ano”, diz Giannetti. Os encontros ocorrerão hoje e amanhã com os diretores Bernard Van Goethen (Sanidade Animal), João Aguiar Machado (Comércio), Soledad Blanco (Meio Ambiente) e Jerzy Bogdan Plewa (Agricultura).

O esforço da indústria está concentrado em aproveitar o bom momento do mercado mundial de proteína animal. A demanda deve crescer no curto prazo, segundo Gianetti. Os países emergentes não deixaram de consumir durante a crise financeira internacional que estourou no fim de 2008.