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Exportadores de frango compensam volume menor com reajuste de preços

<p>A receita atingiu US$ 1,236 bilhão, um ligeiro aumento de 0,93%, em comparação com mesmo período em 2005.</p>

Redação AI (12/06/06)- Apesar da queda no consumo de carne de frango em todo mundo em função do avanço da gripe aviária, os exportadores brasileiros da carne da ave estão conseguindo minimizar as perdas no exterior. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef) , nos cinco primeiros meses do ano, o Brasil exportou 1,046 milhão de toneladas do produto, queda de 5,52%, sobre o mesmo período do ano passado. No entanto, a receita atingiu US$ 1,236 bilhão, um ligeiro aumento de 0,93%, na mesma comparação.

Segundo o presidente da Abef, Ricardo Gonçalves, vários fatores explicam o desempenho satisfatório do setor. “Conseguimos aumentar ligeiramente nossos preços. Além disso, a indústria ampliou o mix de produtos e vendeu mais no mercado interno, que cresceu 8% no período”, analisa.

O executivo aponta que a redução do alojamento de pintos (em torno de 15%) foi importante para evitar maiores prejuízos. Além disso, a indústria ampliou sua atuação em mercados menores. De janeiro a maio, as exportações para a América do Sul, por exemplo, totalizaram 75,5 mil toneladas, aumento de 101,8% no mesmo período. As receitas também subiram 150%, somando US$ 86,2 milhões.

Mesmo com estes atenuantes, o resultado do mês de maio mostra uma queda expressiva. Foram embarcadas 196,4 mil toneladas, recuo de 17,8% em relação a maio de 2005. A receita fechou em US$ 216,7 milhões, queda de 22,5% na mesma comparação. “Até agora, a situação está sob controle. A recuperação do mercado depende de como a gripe aviária vai afetar daqui para frente os hábitos de consumo no exterior”, pondera Gonçalves.

Além do mercado externo, o setor avícola está preocupado com o bloqueio da verba do Ministério da Agricultura para a defesa animal. Segundo a Abef, 47% do recurso está retido para equilibrar as contas do governo. Além disso, a verba de R$ 280 milhões, para financiar o Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), ainda não foi aprovada. “As indústrias estão fazendo sua parte. Pedimos ao governo que faça a dele”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar) , Domingos Martins. O presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA) , Érico Pozer, lembra ainda que as responsabilidades dos estados sobre as ações do PNSA ainda não estão definidas. “Além disso, há muita pressão sobre o governo para financiar as atividades das secretarias estaduais, que ficarão com a maior parte das ações”, diz.

ICMS
A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) tem audiência hoje com o governador Germano Rigotto hoje para reivindicar isonomia fiscal. As empresas gaúchas sofrem com o ingresso de carne do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, onde a alíquota do ICMS é zero, enquanto no estado o tributo é de 7%. Mesmo com o Decreto n 44.477/06, que concede alguns benefícios para o setor, a recuperação do mercado interno ainda é difícil. Hoje, 58% do frango consumido no Rio Grande do Sul vem de outros estados.