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Exportadores pedem medidas contra câmbio no RJ

<p>Com a queda persistente do dólar em relação ao real, será reivindicada uma política de comércio exterior no 27 Encontro Nacional de Comércio Exterior, realizado nos dias 23 e 24 de novembro.</p>

Redação (31/10/2007)- Com a queda persistente do dólar em relação ao real, os exportadores pedirão ao governo uma política de comércio exterior no País no 27º Encontro Nacional de Comércio Exterior, que será realizado nos dias 23 e 24 de novembro no Rio de Janeiro. O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, disse que o câmbio continua sendo um grave problema para os exportadores e a expectativa é de redução no saldo da balança em 2008, mas o que se vê à frente, no que diz respeito ao dólar, parece ainda pior do que na atualidade.

"Se a Selic se mantiverem neste patamar, sem novas quedas, a taxa de juros nos Estados Unidos cair e o Brasil atingir o investment grade, só vai piorar", admite Augusto de Castro. "A parada na queda dos juros atingiu o câmbio em cheio", disse. Segundo ele, a questão do câmbio com certeza será abordada no tradicional encontro de exportadores, mas o alerta para a necessidade da formulação de uma política para o setor será o destaque.

Para o vice-presidente da AEB, é uma ilusão acreditar que as exportações brasileiras vão bem apesar do câmbio, quando na verdade estão se sustentando nas elevadas cotações das commodities. Segundo ele, o dólar já registrou 20% de queda somente do pico de agosto até hoje e, diante disso, "a impressão que se tem é que as empresas estão ficando filantrópicas, o lucro é secundário".

Augusto de Castro explica que muitas empresas têm preferido exportar sem lucro a perder o espaço conquistado no mercado internacional e as medidas setoriais de compensação que estão sendo anunciadas pelo governo não são suficientes. "O problema não é aumentar a produção, mas ter preço competitivo, não adianta apenas ter capital de giro, isso é bem-vindo, mas não compensa a queda dos ganhos com o dólar baixo", disse.

Diante da inevitável e difícil convivência com o dólar em queda persistente, a AEB quer uma política de governo para o comércio exterior. Augusto de Castro disse que nunca houve uma política governamental para o setor no País e sim, como ocorre hoje, de ministérios, muitas vezes até mesmo conflitantes entre si. O Enaex debaterá o tema avaliação política do comércio exterior brasileiro – uma política de exportação em conjuntura de crise internacional. Para a AEB, a crise internacional existe e o colchão de proteção formado pelas reservas brasileiras poderá ser insuficiente para evitar uma redução no superávit da balança já no próximo ano.

Segundo ele, considerando a continuidade das "ótimas cotações" da soja e do petróleo registradas em 2007, as exportações deverão crescer 6% em 2008 ante o ano anterior, enquanto as importações devem aumentar 15%, levando o saldo da balança a recuar, no total do ano que vem, para US$ 30 bilhões, ante US$ 41,9 bilhões previstos para este ano.