Redação (05/08/2008)- Preocupados com a grande participação das cooperativas na primeira edição do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor de 2007, os exportadores pedem revisão nas regras deste ano. De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), dos 5 milhões de sacas leiloadas para o programa no ano passado por meio de dois leilões, as cooperativas arremataram em média 90% do total. O mecanismo, segundo os exportadores, favoreceria apenas os grandes produtores, que ficariam com a maior parte dos recursos.
"Se as cooperativas representam apenas 25% da produção porque deveriam arrematar 90% dos leilões?", questionou João Antonio Lian, presidente do conselho deliberativo da instituição. Ele acrescenta que dessa forma os pequenos produtores ficariam de fora do processo pois limita as vendas apenas às cooperativas. "A acusação de que queremos isolar os produtores é infundada. Queremos que o dinheiro do programa seja depositado na conta do produtor", disse o presidente.
Segundo o superintendente de operações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Fernando de Castro, os depósitos deverão continuar sendo feitos a conta de quem arremata no leilão. Para este ano, ele explicou que as regras foram simplificadas e garante que foram pagos R$ 12 mil por produtor.
Evandro Ninaut, gerente de mercados da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), ressalta que se as cooperativas estão conseguindo ocupar mais espaço no mercado por causa da competência da categoria. "Essa é a função das cooperativas: ampliar a renda do produtor. Se estamos conseguindo isso, é prova de que o setor é competente. Ele diz que 80% dos associados são pequenos produtores e defende que todas possuem clareza nas operações.
Guilherme Braga, diretor geral do Cecafé, explica que um cooperativa pode ter 11 mil associados mas boa parte estar inativo, o que facilitaria o repasse de recursos para grades produtores.