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Problema

Faesc apoia o abate de javalis em SC

Cerca de 1.000 javalis atacam propriedades rurais e destroem plantações no Estado.

Faesc apoia o abate de javalis em SC

Cerca de 1.000 javalis atacam propriedades rurais e destroem plantações na região do planalto serrano catarinense, causando pesadas perdas aos produtores e criadores. A população está preocupada, pois, além de danificar plantações, os javalis são animais agressivos e significam um risco às pessoas. Atendendo apelo da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), o secretário Enori Barbieri, da Agricultura, declarou o javali sus scrofa nocivo à agricultura catarinense e autorizou seu abate por tempo indeterminado, objetivando o controle populacional.

A medida decorre da existência de grande quantidade de javalis Sus scrofa, espécie exótica invasora, que provoca elevados prejuízos às lavouras, especialmente de cereais. A decisão está de acordo com a instrução normativa 141/2006 do Ibama que regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva.

Os requisitos e procedimentos para o abate de javalis obedecerão normatização específica da Polícia Militar Ambiental.

O vice-presidente da Faesc, Nelton Rogério de Souza, destaca que o problema maior localiza-se na região serrana, em Campo Belo do Sul, Capão Alto, Cerro Negro e Anita Garibaldi. A população estimada é de 1000 animais que vivem em varas (bandos) de 50 animais. Esses animais selvagens atacam todas as lavouras, principalmente milho, feijão, soja, trigo, pastagens, etc. e, numa noite, destroem completamente vários hectares de área.

Nelton reclama que os órgãos ambientais e a Polícia Militar Ambiental estão exigindo que apenas profissionais caçadores registrados e licenciados façam o abate dos animais. “O agricultor terá que procurar um desses profissionais para fazer o abate para ele na sua lavoura e isso implica em burocracia e em custos adicionais”.

Por outro lado, enquanto a portaria autoriza o uso de armas de fogo dentro das propriedades invadidas, a Polícia Ambiental só permite o uso de tranquilizantes ou armadilhas.

Para discutir a invasão de javalis, reuniram-se na cidade de Lages, no início desse mês, a Faesc, a Amures, Fatma, Polícias Ambiental e Federal, Cidasc, Ibama, Secretaria da Agricultura, prefeitos e parlamentares. O Sindicado de Produtores Rurais de Campo Belo do Sul relatou que a situação fugiu do controle e que se nada for feito imediatamente, “os agricultores não terão o que colher na próxima safra”.

Perdas
O histórico de perdas é antigo. Em 2009, os produtores do município perderam o equivalente a 1.100 sacas de milho. Na safra deste ano, os javalis já afetaram cerca de 200 hectares de lavoura de milho em dez propriedades. Cerca de 10% da produção foi afetada.Não há casos de pessoas atacadas pelos animais. Os animais atacam as lavouras já a partir do plantio. Além de pisotear a plantação, permanecem no local se alimentando até a maturação do milho.

Os javalis são considerados espécies “exóticas” (portanto, não protegidas por leis ambientais), porque cruzam com porcos domésticos e até outros animais selvagens, como porco de mato, o que gera filhos conhecidos com “javaporcos”. As fêmeas produzem em média duas ninhadas por ano e uma média de oito filhotes em cada uma. Por isso, o controle se torna difícil. O macho adulto pesa entre 150 e 200 quilos e a fêmea entre 50 e 100 quilos. Os javalis que aterrorizam Santa Catarina vieram do Rio Grande do Sul e estão na região há cinco anos.