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Falta de definição preocupa produtor

As exportações de carne suína, que saltaram de 130 mil toneladas em 2000 para 475 mil em 2002, estão sofrendo um forte baque com a suspensão das importações pela Rússia.

Redação SI 29/04/2003 – As exportações de carne suína, que saltaram de 130 mil toneladas em 2000 para 475 mil em 2002, estão sofrendo um forte baque com a suspensão das importações pela Rússia.

Em março e abril, as exportações caíram 3,73% em volumes (32,6 mil toneladas) e 11,96% nas divisas (US$ 34 milhões). A situação é ainda mais grave em Santa Catarina, que desde 24 de dezembro não exporta para Rússia.

As perdas que esta situação podem representar para o Estado e produtores foram debatidas ontem no Ciclo Catarinense de Desenvolvimento: Agroindústria e Exportação, realizado em Chapecó. O evento foi promovido pela Universidade Regional Comunitária de Chapecó (Unochapecó) em parceria com o Sebrae.

O diretor industrial da Aurora e da Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Carne Suína, Vicenzo Mastrogiacomo, disse que a previsão inicial de crecer 10% nas vendas externas e chegar a 520 mil toneladas de suíno não deve se confirmar.

Isso porque a Rússia comprou 378 mil toneladas somente do Brasil e, para este ano, estabeleceu cotas de, no máximo, 450 mil toneladas para todo o mundo. Mastrogiacomo afirmou que sem a retomada das exportações para os russos e o aumento da remuneração da tonelada de carcaças para US$ 850, o preço ao produtor vai continuar depreciado. No ano passado foram vendidas cargas com até US$ 650 por tonelada.

Mauro Perozin ajuda a criar 575 suínos para o seu tio, Jaime Nardi, em Arvoredo. Perozin disse que a atividade estava apresentando um prejuízo de 20% a 30% e, para não parar, fizeram uma parceria onde a agroindústria banca os animais, ração e medicamentos. A remuneração de R$ 8,50 por animal é considerada baixa. Perozin espera que a retomada das exportações possa melhorar a remuneração ao produtor, que gira em R$ 1,45 (R$ 1,60 com tipificação).

O secretário de Agricultura, Moacir Sopelsa, disse que somente com a modificação do contrato de exportação para a Rússia, liberando a venda de propriedades livres de Aujezsky, a situação vai melhorar. Sopelsa disse que há risco de SC perder espaço de mercado e divisas. O governador Luiz Henrique e comitiva viaja no dia 17 de maio para a Rússia, onde tratará da questão.