Apesar do crescimento constante da produção mundial de alimentos e do aumento significativo de produtividade no campo, 870 milhões de pessoas ao redor do mundo ainda sofrem uma restrição forte em relação à sua alimentação diária.
As informações estão no relatório “Estado da Insegurança Alimentar no Mundo-2012”, produzido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), e foram discutidas durante uma visita do diretor-geral da FAO, José Graziano, à Embrapa, na última quarta-feira (9).
A colaboração da Empresa com a organização em projetos para o fortalecimento da produção agrícola e de combate à fome no mundo está na pauta das duas instituições. A parceria foi discutida com o presidente Maurício Lopes, com os diretores Waldyr Stumpf e Vania Castiglioni, além do chefe da Secretaria de Relações Internacionais (SRI), Marcio Porto.
O diretor da FAO ressaltou que “praticamente apenas a América Latina tem tido sucesso continuado na redução da fome”. De acordo com ele, a questão da subnutrição atinge mais fortemente nações pobres da Ásia e da África Subsaariana. segundo o presidente da Embrapa, o problema é grave em regiões que apresentam crescimento populacional e que não são capazes de alcançar a sua própria segurança alimentar.
São nações que têm tomado o exemplo brasileiro como uma referência mundial no combate à fome, graças aos avanços obtidos no País na redução do número de subnutridos, especialmente entre crianças. Por sua vez, a Embrapa também tem sido cada vez mais demandada pelo governo brasileiro a colaborar com países em desenvolvimento.
No caso da África, Graziano ressalta a importância transferência de tecnologia, na revitalização dos institutos locais de pesquisa e experimentação. “A Embrapa é uma matriz conhecida mundialmente para fazer essa capacitação, de modo que eu vejo que hoje, mais do que ser um exportador de alimentos, que também ajuda muito a acabar com a fome, o Brasil pode transferir tecnologia, principalmente às regiões tropicais da África, que ajudarão muito a combater a fome também nesses países.”