Redação (26/11/2008)- Três fazendas de Mato Grosso foram excluídas da lista que autoriza embarques de cortes bovinos in natura para a União Européia e estão impedidas de exportar. A nova lista da UE apresenta Mato Grosso com 90 propriedades certificadas. As propriedades excluídas pela UE são as fazendas Liberdade, em Nova Brasilândia, Paturi (Vila Bela da Santíssima Trindade) e Paraíso Perdido (Pedra Preta). Novas fazendas só serão certificadas no Brasil, após a regularização das propriedades descredenciadas.
Na lista anterior, o Estado contava com 93 fazendas credenciadas pela União Européia, que exige uma série de itens de conformidade para que o produto possa ser consumido pelo Bloco. Mesmo com as exclusões, Mato Grosso ainda ocupa a terceira posição no ranking de fazendas certificadas pela União Européia, atrás de Minas Gerais e Goiás.
A última atualização da Comunidade Européia mostra a inclusão de 34 novas fazendas, elevando para 608 o número de propriedades certificadas em todo o País. Além de Mato Grosso, a UE decidiu ainda excluir mais nove fazendas localizadas em outros estados.
Os motivos das exclusões, segundo o responsável pelo Sisbov (Sistema Brasileiro de Rastreabilidade Bovina) na Superintendência Federal da Agricultura em Mato Grosso, Guilherme Reis Dias, foram erros no relatório e documentações encaminhados à UE.
"Estas falhas, entretanto, já foram revistas e sanadas, inclusive com novas auditorias. As novas documentações estão sendo encaminhadas ao Ministério da Agricultura, em Brasília, que providenciará o envio ao Departamento Veterinário da União Européia, para nova avaliação e inclusão", explica Guilherme Dias. Ele espera que até à próxima semana o problema já esteja resolvido para que os técnicos possam trabalhar na auditoria visando à certificação de novas fazendas em Mato Grosso.
As 90 propriedades certificadas no Estado concentram aproximadamente 300 mil bovinos que já estão aptos à exportação. Segundo Guilherme Dias, outras 250 fazendas, aproximadamente, seguem em fila de espera para auditoria oficial. Ele acredita que Mato Grosso poderá fechar o ano com 120 fazendas certificadas pela União Européia.
FALHA – O diretor executivo da Associação dos Proprietários Rurais (APR), Paulo Resende, culpa o governo federal pela pelas exclusões das fazendas. "Na verdade, ocorreu falha por parte do Ministério da Agricultura, que fez a auditoria e aprovou toda a documentação apresentada pelas fazendas. Se havia erros, essa documentação não poderia ter sido encaminhada para Brasília e depois para a União Européia".
Ele acha que a exclusão vai causar transtornos aos trabalhos de habilitação e provocar atraso na certificação de novas propriedades no Estado.
AUDITORIA – O responsável pelo Sisbov na Mapa/MT, Guilherme Dias, explicou que o resultado das auditagens passa pela avaliação de uma comissão estadual e, em seguida é encaminhada ao Mapa, em Brasília. Lá é feita uma nova avaliação para posterior envio da documentação à Comissão Veterinária da UE, que dá parecer final sobre a liberação, ou não.
A auditoria nas propriedades dura em média dois dias e envolve, entre outras atividades, a análise de controles de rastreabilidade das fazendas, levantamento do número de animais e de brincos, manejo sanitário, insumos e identificação dos animais, confrontando as informações com o banco de dados do Sisbov. Este procedimento dura de 30 a 60 dias.
A rastreabilidade é exigida apenas para as propriedades interessadas em exportar carne in natura para a União Européia.