AGRO MERCADOS
Quarta-feira, 8 de setembro de 2010 Nº 349
FIM DA LINHA
Quem pretende trocar a colheitadeira nesta safra de verão deve se apressar. O financiamento por meio da Finame, linha de crédito do BNDES com juros de apenas 5,5% ao ano e prazo de até 96 meses para pagamento, está com os dias contados. Só não acabou ainda por causa das eleições.
JUROS DE 5,5%
Até julho, esta linha tinha juros de 4,5% ao ano. A partir de agosto, os juros subiram para 5,5%, e a Finame foi prorrogada até dezembro. Mas a intenção do governo é extinguir o crédito no final do ano.
MISSÃO CUMPRIDA
Para o governo, o Finame-PSI já cumpriu a sua missão. A modalidade de crédito foi criada durante a crise global, para evitar a paralisação das vendas de máquinas agrícolas.
MAIS SALGADO
Sem o Finame, o agricultor vai ter que recorrer novamente ao Moderfrota para financiar a aquisição de sua colheitadeira, com juros bem mais salgados: entre 7,5% e 9,5% ao ano.
PÉ NO BREQUE
Para Milton Rego, diretor de comunicação da CNH (Case-New Holland), o ideal é o governo sinalizar logo o que pretende fazer com a Finame, para não paralisar as vendas de colheitadeiras a partir de dezembro.
CALÇAS-CURTAS
“Esta mudança vai pegar o agricultor no meio da safra, quase no início da colheita, época de venda de colheitadeiras”, diz ele. “Na dúvida se a linha continua ou não, o agricultor pode adiar a compra da máquina”, diz Rego.
MERCADO AQUECIDO
Por enquanto, o mercado de máquinas agrícolas está acelerado. De janeiro a agosto deste ano, foram vendidas 47,9 mil unidades, 45,7% a mais do que no mesmo período do ano passado. Vale lembrar que a economia brasileira ainda sentia os efeitos da crise global no primeiro semestre de 2009.
MAIS 24%
Pela previsão da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas de tratores e colheitadeiras devem alcançar 68.700 unidades este ano, 24% a mais do que em 2009, quando foram comercializadas no mercado interno 55,3 mil unidades.
O mercado mantém-se firme, com muita disputa por café arábica de boa qualidade, informa o Escritório Carvalhaes em seu boletim. “Os lotes de cereja descascada foram rapidamente comercializados a partir de R$ 400 a saca”, afirma.
PARA O GASTO
Segundo o corretor Eduardo Carvalhaes, de Santos (SP), a colheita da safra 2010/2011 está quase encerrada, e as previsões de boa parte do mercado indicam uma produção abaixo da esperada pelos operadores. No máximo vai dar para o gasto, atendendo ao consumo do mercado interno e às exportações.
SERÁ QUE DÁ?
“O consumo brasileiro está chegando a 20 milhões de sacas por ano, e as exportações devem passar de 32 milhões. Ou seja, vamos precisar de 52 milhões de sacas, mas não sabemos se a colheita vai render tudo isto”, diz Carvalhaes, lembrando que a próxima safra será de ciclo baixo.
ALTA EM NY
Os preços internacionais do café arábica fecharam em alta hoje. O contrato para dezembro na bolsa de Nova York foi cotado a 198,65 cents por libra peso. Em Londres, o café robusta fechou o pregão a US$ 1.635 a tonelada em novembro, alta de US$ 15.
DÓLAR A R$ 1,72
Com queda de 0,17%, o dólar no balcão fechou hoje a R$ 1,72 na BM&FBOVESPA.
SOJA RECUA
Os contratos da soja para novembro, o vencimento mais líquido, perderam 3,25 cents nesta quarta-feira na bolsa de Chicago, recuando a US$ 10,48 o bushel. Na BM&FBOVESPA, a saca foi negociada a US$ 24,19 no vencimento maio, alta de 29 cents.
MILHO CAI
Em Chicago, o milho fechou o dia com ligeira queda. Os contratos para dezembro recuaram 3,75 cents, para US$ 4,62 o bushel. O mercado aguarda o relatório mensal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre oferta e demanda. Na BM&FBOVESPA, o milho para setembro fechou a sessão a R$ 23,70 a saca, queda de 12 centavos.
AÇÚCAR
Em Nova York, as cotações do açúcar demerara registraram leve queda na sessão desta quarta-feira. O contrato para outubro perdeu 0,33%, recuando para 21,75 cents por libra peso. Na bolsa de Londres, o açúcar refinado para entrega em outubro fechou praticamente estável, a US$ 559,10 a tonelada.
BOI GORDO
O boi para outubro fechou a R$ 93,32 a arroba na BM&FBOVESPA, com alta de 71 centavos. O vencimento setembro também foi negociado a R$ 93,32.
FECHA ASPAS
“O ganho é transitório e incerto; mas, durante a vida, a despesa é constante e certa” – Benjamin Franklin.
BRUNO BLECHER, DA AGÊNCIA SAFRAS, COM INFORMAÇÕES DA BM&BOVESPA