AGROMERCADOS
Segunda-feira, 9 de agosto de 2010 N° 329
SOJA FIRME
A soja para entrega em novembro registrou pequena alta de 1,50 cent hoje, cotada a US$ 10,35 o bushel para o vencimento novembro.
DINHEIRO NA MÃO
Levantamento da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT) indica que os preços da soja em Mato Grosso chegam a R$ 35 a saca, dependendo da região, os melhores deste ano. A alta, entre março e agosto, é de quase 60%. Pena que apenas 10% da safra do Estado ainda não tenham sido comercializada.
DÓLAR ESTÁVEL
O Brasil vai plantar a nova safra (2010/2011) com o dólar na faixa de R$ 1,80 e deverá colhê-la em 2011 com a mesma cotação. “Menos mal”, comentou hoje o jornalista Joelmir Beting, durante o Congresso do Agronegócio em São Paulo. Segundo ele, o dólar deveria estar valendo cerca de R$ 2,20.
SUÍNO ESTÁVEL
Os preços do suíno vivo e da carne mantêm-se estáveis, segundo pesquisadores do Cepea. A formação de estoques por parte de frigoríficos, já planejando as vendas de fim de ano, sustenta o mercado.
QUEDA LÁ FORA
As exportações de carne suína in natura, ao contrário do que a bovina e a de frango, registraram queda no mercado externo. Somaram 38,2 mil toneladas em julho, 7,5% a menos do que junho último e 9,5% menor ante o mesmo mês de 2009. Os dados são da Secex.
MERCADO AQUECIDO
“O mercado brasileiro, felizmente aquecido, absorve nossa produção, inexistindo estoques de carne suína acima do usual. A suinocultura da Europa enfrenta dificuldade em virtude da crise econômica. Na Rússia, o severo verão colocou a agropecuária em crise”, comenta Pedro Camargo Neto, presidente da Abipecs, que reprenta a indústria de carne suína brasileira.
CANDIDATOS E O AGRONEGÓCIO
“O agronegócio é a galinha de ovos de ouro do desenvolvimento brasileiro. Não fosse a ajuda do setor durante o Plano Real e o Brasil já estaria quebrado”, afirma José Serra. “O agronegócio é fundamental para que o Brasil possa atingir duas grandes metas nos próximos anos: erradicar a miséria e se tornar a quinta maior economia do mundo”, afirma Dilma.
SEIS PERGUNTAS
Os três candidatos à Presidência apresentaram suas ideias e o grau de compromisso com o agronegócio hoje, em São Paulo, no 9° Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo. Eles responderam por vídeo seis perguntas enviadas pelos organizadores.
TRÊS PROBLEMAS
Serra afirmou que o setor hoje enfrenta três grandes problemas: câmbio, a falta de seguro eficiente e crédito. “O agronegócio exporta cada vez mais e recebe cada vez menos, devido à supervalorização do real frente ao dólar”, comentou.
DO CAMPO À CIDADE
No período 1995 a 2008, cerca de R$ 642 bilhões foram transferidos da agropecuária para a sociedade, devido a maior produção e os preços agricolas mais baixos, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/Usp.
BRASIL RURAL
Dilma Rousseff destacou as ações do governo Lula no campo: “O Brasil Rural hoje é bem diferente daquele de anos atrás. O campo cresce e se desenvolve. O PIB do setor cresceu 32% entre 2002 e 2009, chegando a R$ 164 bilhões”, disse.
FALTA LOGÍSTICA
Tanto Serra quanto Dilma atribuíram aos problemas de infraestrutura e logística os principais entraves ao setor.“Temos que investir mais e fazer parcerias público-privadas para solucionar os gargalos no transporte e armazenagem”, disse Serra.
MAIS INVESTIMENTO
“Infraestrutura e logística são as duas principais limitações para a expansão do setor. Foi um dos motivos para criação do PAC e também estará no PAC 2”, afirmou a candidata do PT, acrescentando que para o PAC 2 serão alocados R$ 110 bilhões em obras de logística.
GENÉRICOS NO CAMPO
Serra afirmou que, se eleito, pretende investir na produção de defensivos genéricos e também em “transgênicos verde-amarelos”, adaptados à nossa agricultura.
TARIFA ZERO
Para melhorar a competitividade das exportações brasileiras, Dilma propõe uma reforma tributária “que garanta a devolução rápida dos créditos tributários”. Também apóia a introdução de tarifa zero para a aquisição de insumos nacionais.
NOVOS ARMAZÉNS
Na área de infraestrutura, estudo elaborado pela Abag aponta como demandas a ampliação de 5% para 10% da produção a capacidade de armazenagem das propriedades rurais. Para as fronteiras agrícolas, a percentagem sobe para 35%.
MATRIZ DE TRANSPORTE
O investimento em ferrovias e hidrovias, com o propósito de reduzir a forte concentração da matriz de transporte nas rodovias, é outra medida considerada estratégica. A participação das rodovias no escoamento das safras seria reduzida, até 2020, dos atuais 61% para 35%, com o aumento do transporte ferroviário (de 33% para 45%) e pelas hidrovias (6% para 20%).
CUSTO ALTO
“O transporte de uma tonelada de soja de Rondonópolis (MT) a Paranaguá (PR) custa o equivalente a 20% do valor do produto. No caso do milho, metade do valor da mercadoria é gasto com frete”, destaca o documento.
RENDA AGRÍCOLA
Com políticas eficientes de garantia de renda é possível incorporar 800 mil pequenos produtores rurais ao mercado e capacitar os filhos de agricultores, acrescenta Lovatelli. Ele defende a transformação dos produtores em pessoas jurídicas e a desoneração tributária para os produtos da cesta básica ampliada (incluindo as carnes).
METAS E PREVISÕES
As previsões do setor para os próximos dez anos indicam forte crescimento. Até 2020, espera-se crescimento de 37% na produção de grãos, 38% na de carnes, 78% em cana, 37% em papel e celulose. Nas exportações, as estimativas são de expansão de 46% em soja e milho, 71% nas carnes, 223% em etanol e 25% em papel e celulose, dobrando o valor da receita para US$ 130 bilhões.
COLHEITA DO CAFÉ
Enquanto a colheita do café arábica já ultrapassa os 70%, a do café conilon está quase encerrada. Segundo o Escritório Carvalhaes, os operadores continuam discutindo o tamanho desta safra. “As apostas variam de 48 milhões de sacas a 55 milhões.
FECHA ASPAS
“É melhor ser um perdedor autêntico do que um falso vencedor; melhor morrer com vida do que viver morto” – William Markiewicz
-Bruno Blecher para a Agência Mercados, direto do Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo