AGROMERCADOS
CLASSE MÉDIA GLOBAL DEMANDA SUSTENTABILIDADE
Bem estar animal, preservação ambiental, respeito às leis trabalhistas e responsabilidade social são preocupações cada vez mais crescentes a chamada classe média global. O alerta é de Jean-Yves Carfantan, professor de economia internacional da Escola Superior de Agricultura (ESA) da França e consultor da AgroBrasConsult.
BEM ESTAR
Carfantan, que participou hoje do Congresso de Agribusiness promovido pela Sociedade Nacional da Agricultura no Rio de Janeiro, disse que o novo consumidor está tanto no Pão de Açúcar em São Paulo como em uma loja de alimentos em Tóquio. “Seja onde ele estiver, quer saber de onde veio a carne que está comprando, como o animal foi tratado, se o pecuarista respeita o meio ambiente, garantir-se de que ele não emprega crianças e até mesmo avaliar qual é o impacto de seu consumo em relação ao aquecimento do Planeta.
OS QUATRO MINISTÉRIOS
“O Brasil é o único país do mundo que tem dois ministérios da agricultura: um para os pequenos produtores e outro para o agronegócio. Na verdade, o país tem quatro Ministérios da Agricultura, se você incluir o de pesca e o de floresta. O que nos falta é uma estratégia de Estado que permita o tratamento do setor de maneira unificada, ressalvando as diferenças e as políticas para cada segmento”. Foi o que disse Roberto Rodrigues, coordenador da FGV Agro, durante o Congresso do Rio.
BAIXA COMPETITIVIDADE
O ex-ministro da Agricultura está preocupado com a renda do setor em 2010. “À exceção do açúcar e do alcoól, a maioria dos produtos agrícolas deve perder valor”, prevê Rodrigues. “Este dólar desvalorizado já tirou a competitividade de vários setores, como por exemplo da carne”, disse.
TENDÊNCIAS 2010
“A tendência para 2010 é um pouco pior. As razões são o câmbio (já tem gente falando em dólar a R$ 1,60) e a superprodução, caso da soja, que vai ter uma colheita recorde nos EUA, no Brasil e na Argentina. Os preços estão caindo, e tem gente falando em soja a US$ 7 o bushel”, disse Rodrigues.
DESCASAMENTO
Segundo ele, um ponto que ninguém está falando diz respeito aos custos de produção. “Esta safra foi plantada em 2009 e será colhida em 2010, com insumos comprados com o dólar a R$ 1,90. E vamos colher a safra com um dólar de R$ 1,60/1,70. Portanto há um descasamento muito prejudicial ao produtor. A renda do produtor deve cair em 2010. Os únicos produtos que devem se salvar são o açúcar e o alcóol”, avisa Rodrigues.
SOJA E MILHO
Em Chicago, os contratos futuros da soja foram negociados nesta terça-feira a US$ 10,47 o bushel (us$ 23,08/saca) para entrega em janeiro. O milho para dezembro fechou a US$ 3,7750 o bushel (US$ 8,92 a saca).
PREÇOS DO CAFÉ
Na bolsa de Nova York, as cotações do café para dezembro caíram para 136,05 cents por libra peso, o equivalente a R$ 312,24/saca. Em Londres, o robusta foi negociado a US$ 1.328 a tonelada para entrega em janeiro, enquanto por aqui o arábica saiu por US$ 168,80 a saca (R$ 292,87/saca).
DÓLAR A R$ 1,73
O dólar comercial fechou em alta de 0,40%, a R$ 1,733 para compra e a R$ 1,735 para venda.
SALTO DE US$ 50 BI
Em dez anos, as exportações brasileiras do agronegócio cresceram US$ 50 bilhões — de US$ 21,8 bihões, em 2008, para US$ 71,8 bilhões, em 2009. O número de clientes do agronegócio brasileiro cresceu de 194 países para 211.
BOI A R$ 73,73
No mercado físico, o boi gordo foi negociado hoje a R$ 73,73 a arroba e o bezerro a R$ 579,38/cabeça.
CARRAPATO CARO
Terror dos pecuaristas e dos bovinos, o carrapato Rhipicephalus (Boophlius) microplus rouba por ano US$ 1 bilhão das fazendas da América Latina. No mundo, o prejuízo é de US$ 7 bilhões/ano, por conta da redução do ganho de peso dos animais, queda na produção de leite e danos aos couros dos animais.
FIM DE TARDE
Estou fechando a coluna bem em frente a Baía da Guanabara, no hotel Ibis, próximo ao aeroporto Santos Dumont. E garanto a você: o Rio de Janeiro continua lindo, continua sendo.
ABRE ASPAS
“Tarde cai a tarde/e a sombra vem andando pelo chão/tarde cai a tarde/e a saudade
também cai no coração/pois alguém foi embora e não voltou/e outro alguém tão sozinho aqui chorou” – Tom Jobim.
– COM INFORMAÇÕES DA BM&FBOVESPA