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Fertilizantes

Fertilizantes em GO

Preços de fertilizantes em Goiás fecharam o 1º semestre com a menor média. Em junho foi verificado fechamento médio de R$ 808,08/t.

Os insumos fertilizantes em Goiás fecharam o primeiro semestre do ano de 2010 com a menor média do ano. No mês de junho foi verificado um fechamento médio de R$ 808,08 por tonelada de produto e comparado ao mesmo período de 2009 verifica-se um decréscimo de 3,37% quando a média fechou em R$ 856,98. Isso mostra que os preços estão voltando aos patamares históricos quando os preços fecham menores na metade do ano, especialmente nos meses de junho e julho. Os preços no mês de junho praticamente se mantiveram estáveis com uma queda na média geral de 0,57%. O destaque foi à leve queda de nitrogenados e de potássio e a leve alta dos fosfatados no mercado interno, o que proporcionou certo equilíbrio na média geral de preços relativos ao mês anterior. Tanto os formulados quanto as matérias-primas para venda direta caíram no mesmo patamar da média geral.

Quando verificamos todo o semestre a diferença se torna um pouco mais considerável. No 1º semestre de 2009 os preços médios de fertilizantes no estado fecharam em R$ 1.096,84 e no 1º semestre deste ano o fechamento foi de R$ 871,43, ou seja, 25,87% menor, lembrando que no ano de 2009 o mercado foi totalmente inusitado, com preços maiores no 1º semestre e menores a partir do 2º semestre e ao que tudo indica esse ano se cumprirá o histórico normal de safras passadas, ou seja, preços menores do 1º semestre e maiores no 2º semestre, apesar de boas perspectivas de preços ao produtor este ano.

O mercado local no mês de junho acompanhou as mesmas tendências de preços no mercado internacional. Lá fora os preços caíram consideravelmente fechando em uma média negativa de 7,8% – a maior média negativa do 1º semestre do ano, lembrando que os preços no mercado internacional vêm caindo desde abril. A maior queda registrada foi no enxofre (-21,3%). O produto vinha aumentando de preços ao longo do ano chegando a ter um aumento de mais de 165% em relação à dez/09. Os demais destaques são a Amônia e a Uréia com quedas respectivas nos preços de 11,9% e 9,98%. Acreditava-se em uma recuperação dos preços de Uréia no mercado internacional em virtude da entrada no mercado de América Latina, Índia e Oriente Médio e uma perspectiva de maior demanda em função de um pensamento de que haveria limitação do produto, o que de fato não aconteceu e o preço caiu. O mercado é altamente especulativo e grandes compradores estão neste momento aguardando melhores preços. O único produto que continua em curva ascendente é o MAP. Esse produto no comparativo com o mês de junho de 2009 está 26,7% mais caro este ano e o Super Simples 17% mais caro na mesma comparação.

Os fosfatados de maneira geral estão num momento de redução na oferta no mercado e em contrapartida uma maior demanda em todos os mercados mundiais, por esse motivo o produto voltou a ter recuperação de preços no mês de junho. Na verdade os preços só não sofreram maiores aumentos em virtude de preços de frete um pouco mais baixos. O principal responsável por essa maior demanda foi a América Latina que adquiriu aproximadamente 230 mil toneladas de fosfatados (MAP e DAP). As perspectivas do mercado de fosfatos são bastante firmes nesse momento.

A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) divulgou os dados estatísticos relativos ao primeiro quadrimestre de 2010 com um volume entregue de 5,5 milhões de toneladas, volume este quase 9% maior em relação ao mesmo período de 2009. A produção nacional teve aumento de praticamente 24% em relação a 2009 e o maior destaque foram nas importações de matéria-prima. Enquanto que em 2009 importamos pouco mais de 1,5 milhões de toneladas, este ano já importamos mais que o dobro, 3,5 milhões de toneladas, ou seja, 134% a mais, isso no leva a concluir que o planejamento das indústrias e grandes misturadoras já mencionados no início do ano se concretizou e estão preparadas para a demanda do 2º semestre do ano.

Com relação ao mercado de calcário, outro importante insumo das lavouras, os preços voltaram a oscilar um pouco para cima ficando na casa dos R$ 42,00 (preço FOB) a tonelada, já que no mês anterior era cotado a R$ 40,00 a tonelada. O preço do gesso se mantém estável R$ 35,00 / tonelada (preço FOB).

Mercado

As Usinas Sucroenergéticas em Goiás estão vivendo um bom momento e o nível de endividamento estão permitindo novos investimentos inclusive nas lavouras visando maior produtividade. Por esse motivo continuam adquirindo fertilizantes para novos plantios e manutenção das áreas de soca. Como o momento é bastante propício, preços menores e bom momento das usinas, crê-se que o mercado nesse segmento continuará aquecido em Goiás. Em contrapartida, para o 2º semestre, as perspectivas não são tão otimistas já que, em uma nova revisão dos números a área de soja em Goiás deverá diminuir em pelo menos 1%, bem como a de milho e, além do mais, as sondagens mostram que o mercado de insumos já avançou mais de 50% nesta safra.

Uma boa notícia saiu nesse começo do mês de julho. Os defensivos e fertilizantes agrícolas, bem como suas matérias primas, poderão ficar isentos do pagamento do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), já que uma proposta foi aprovada pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado Federal e em decisão terminativa, seguindo agora para a Câmara dos Deputados. O AFRMM tem alíquota de 25% na navegação de longo curso, 10% na navegação de cabotagem e 40% na navegação fluvial e lacustre, quando do transporte de granéis líquidos nas regiões norte e nordeste. Trata-se de uma cobrança que encarece bastante o preço dos defensivos e fertilizantes, produtos cujo custo de transporte tem peso relevante no valor final de venda ao consumidor, assim acredita-se que com a aprovação da proposta os preços dos insumos sofram queda de preços.

Nos dados de troca de fertilizantes por produtos no mês de junho, foram necessários 25,24 sacas de 60 kg soja para a compra de uma tonelada de fertilizante utilizado no plantio, uma variação de 5% menor relativo ao mês de maio quando foram necessárias 26,58 sacas por tonelada. A maior variação para cima foi encontrada na cana-de-açúcar onde seriam necessárias 28,82 toneladas para se comprar uma tonelada de fertilizante para o plantio – variação positiva de 7,6%.

Depois de mais uma leve baixa nos preços, o mercado goiano deve continuar ainda tímido, visto que boa parte dos produtores já antecipou a compra e o crédito para muitos ainda não foi disponibilizados. Este ano deverão ser entregues mais de 23 milhões de toneladas de fertilizantes até o final do ano e o indicativo é de que estamos realmente voltando para a tradicional entrega de 35 por cento do volume no primeiro semestre e 65 por cento no segundo e isso poderá causar gargalo logístico especialmente nos dois antepenúltimos meses do ano. Em Goiás essa proporção deverá ficar meio a meio como de fato vem acontecendo.