Redação SI 26/08/2002 – Criadores de Toledo, no Paraná, amargam prejuízos com os baixos preços do suíno. Mas as dificuldades do setor não impediram a comunidade de Vila Nova de celebrar uma tradição: a Festa do Leitão na Estufa.
A alta no preço da soja e do milho, principais componentes da ração, fez com que o custo de produção dos suínos também subisse. Produtor independente, Silfredo Müller há tempos não enfrentava uma crise como esta. O que ele conseguiu guardar em mais de 30 anos de atividade está sendo obrigado a gastar agora. De abril a agosto já são R$ 70 mil de prejuízo.
Aquilo que nós iríamos usar para melhoramento genético, para reformas e tudo ficou parado. Estamos usando esse dinheiro para fazer a manutenção, mas estamos chegando no limite, diz o criador Silfredo Müller.
Mas a crise não impediu uma comemoração que se repete há mais de uma década: a Festa do Leitão na Estufa, que atrai um público cinco vezes maior que o número de habitantes do local.
A gente faz, mas com aquela dorzinha no coração de saber que não ganhou dinheiro e tem que fazer festa ainda. Vai fazer o que, né?, lamenta o criador Marcelino Cosme.
A receita, inventada há 11 anos se tornou a principal atração do distrito, que sobrevive da agricultura. O leitão é levado à estufa cortado ao meio em um espeto especial. Depois de oito horas o leitão fica crocante, pronto para ser saboreado. Por alguns instantes dá até para esquecer das dificuldades.
Hoje se esquece o preço do porco mas se lembra aquilo que na essência ele é: carne gostosa, saborosa e saudável, diz o criador Silfredo Müeller.
Apesar de pagar para trabalhar, nós estamos divulgando um prato que é muito saboroso e gostoso. Quem sabe assim nós conseguimos até aumentar o consumo da carne, diz o criador Elton Endler. A 11 Festa do Leitão na Estufa terminou ontem (25).