Redação AI (17/03/06)- O presidente em exercício da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, entrega hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita oficial do chefe do Executivo a Santa Catarina, uma lista de ações possíveis de serem tomadas pelo governo federal para minimizar o impacto da gripe aviária nas vendas de frango do estado.
O documento, assinado por Côrte, foi elaborado com a participação do presidente Alcantaro Corrêa e do vice-presidente estratégico da Fiesc, José Zeferino Pedrozo também presidente da Federação da Agricultura FAESC , que estão em missão empresarial da Federação na Ásia. Direto do Japão, Corrêa e Pedrozo ajudaram a traçar o panorama do gravíssimo momento vivido pelo setor.
No último dia 10, Corrêa já havia antecipado ao presidente Lula, em Pernambuco, alguns aspectos da aflição desse segmento. Na ocasião, Lula e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, acenaram com o estudo de medidas de compensação para as empresas produtoras.
As medidas propostas pela Fiesc, que colocou-se à disposição do presidente para integrar equipes que venham a ser constituídas para implantar as ações, são:
A regionalização sanitária da avicultura por blocos de estados, como, por exemplo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, por meio de certificação regional do Ministério da Agricultura;
A mobilização, como projeto nacional de emergência, em torno de ações que resultem na obtenção pelo Brasil da Certificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para reconhecimento de status sanitário livre de febre aftosa sem vacinação;
A realização de ampla campanha oficial, no exterior, destinada a demonstrar que o Brasil não se encontra atingido pela gripe aviária.
Santa Catarina é o segundo estado brasileiro em produção de frangos, com 17,6% do total nacional, atrás apenas do Paraná. Em exportação, é o líder, respondendo por quase 30% do total vendido ao mercado externo. O temor da gripe aviária, sobretudo na Europa, fez despencar as exportações catarinenses do produto. Em fevereiro, a queda nas vendas catarinenses de frango foi de 22,5% em relação a janeiro. No mês passado, a queda já havia superado os 20% em relação a dezembro.
Segundo a Fiesc, o problema se agrava com a demissão em massa de trabalhadores especialmente qualificados para essa atividade, diante da retração nas vendas. Estima-se que, apenas no estado, pelo menos 500 trabalhadores já tenham perdido o emprego. Há reflexos também em toda a cadeia produtiva, dada a forte característica de integração da indústria da carne de frango com o setor agrícola