Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Economia

Fim de embargo argentino deve aliviar pressão na suinocultura de MT

Estado enviou menos que a metade de carne para o país durante período.

Fim de embargo argentino deve aliviar pressão na suinocultura de MT

O fim do embargo argentino, que durou quatro meses, deve amenizar a crise na suinocultura de Mato Grosso. Os produtores do estado alegam que estão comercializando a carne suína por um preço abaixo do custo de produção, comprometendo a renda. Outra dificuldade foi o fechamento de mercados internacionais, como a Argentina e Rússia, fazendo com que os preços caíssem mais. O fim da restrição argentina foi anunciado nesta terça-feira (22) pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, e pelo embaixador da Argentina no Brasil, Luis Maria Kreckler.

De janeiro a março de 2012, Mato Grosso exportou US$ 6 milhões, enquanto no primeiro trimestre de 2011 as vendas atingiram US$ 12 milhões, o que representa uma retração de 51,64%, segundo análise feita pela Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt).

“Vemos no fim do embargo uma possibilidade de reversão desses valores, uma oportunidade de ter lucro. É consumo a mais do produto que vai minimizar esta crise. Hoje pagamos R$ 2,10 para produzir um quilo, vendido a R$ 1,75”, explicou o diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues.

O estado possui um plantel com mais de 2 milhões de suínos, dos quais 120 mil são matrizes. São produzidas cerca de 180 milhões de toneladas de carne ao ano, segundo a Acrismat. “Cerca de 15% da carne são consumidos internamente, o restante nós exportamos”, informou Custódio Rodrigues.
 
Fim do embargo argentino serve de alento para os suinocultores gaúchosQuatro plantas mato-grossenses são habilitadas para exportar para a Argentina. Durante o embargo argentino a comercialização de carne foi direcionada para o mercado interno, fazendo com que os preços diminuíssem mais.

“Agora esperamos que o mercado Russo se abra novamente. E também esperamos que o governo brasileiro consiga abrir outros mercados. Existe uma expectiva de recuperação no segundo semestre. Mas ainda acreditamos que 2012 será um sufoco. Se não tivermos ajuda do governo, como incentivo fiscal, o setor vai ficar comprometido”, observou Custódio.

Técnicos dos governos brasileiro e argentino deverão ainda se reunir para tratar de pendências da relação comercial. Provavelmente a reunião será no dia 4 de junho, em Buenos Aires. Caso não entrem em acordo, o embaixador argentino sinalizou com a possibilidade de uma segunda reunião no dia 15 de junho no Brasil.

A Argentina ainda não é autossuficiente na produção de suínos. Cerca de 70% do volume de carne consumida pelos argentinos são de outros países.

As indústrias de suínos tiveram um prejuízo de R$ 30 milhões durante o período em que a Argentina embargou a carne suína brasileira, segundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).