Redação SI (22/05/06)- O embargo russo à carne bovina e suína de sete estados brasileiros dificilmente será suspenso antes de julho. Em comunicado enviado à Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), o ministério da Agricultura da Rússia informou que irá enviar técnicos para avaliar a situação sanitária do País e a possibilidade de suspender os embargos depois de ser informado da erradicação dos focos de febre aftosa. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o processo de “encerramento” dos focos do Mato Grosso do Sul e Paraná vai demandar ainda um mês e meio.
“Nesse período, vamos finalizar a colocação de animais sentinelas, a sorologia e o repovoamento nas regiões dos focos. Como as ações ainda não foram concluídas, ainda não podemos declarar aos parceiros comerciais e estados vizinhos que os focos estão saneados”, afirma o coordenador geral de combate a doenças do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques. Ele diz desconhecer a data de 25 de março que teria sido informada pelo governo brasileiro à Rússia como limite para a eliminação do foco no Paraná, conforme a carta do ministério russo.
“Para os russos, a demora na confirmação da aftosa no Paraná e as brigas políticas nesse processo demonstraram um aparente descontrole do serviço sanitário brasileiro, o que faz com que o embargo seja mantido”, conta o secretário da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, Felipe Luz. No Paraná, foram notificadas suspeitas de aftosa em 21 de outubro, mas a primeira confirmação só foi feita em 6 de dezembro e as demais, em 20 de fevereiro. O abate dos animais envolveu uma guerra de liminares é só ocorreu no mês de março.
Argentina
Enquanto a negociação da flexibilização do embargo russo ao Brasil é lenta, na Argentina, a Rússia retomou as importações de carne e produtos animais da província de Corrientes desde sábado. A suspensão do embargo exclui os oito departamentos interditados pelo governo argentino em fevereiro, quando foram notificados dois casos de aftosa em Corrientes. O primeiro caso foi anunciado em 8 de fevereiro e os animais afetados e os que tiveram contato com eles foram sacrificados quatro dias depois. O outro foco foi confirmado em 24 de fevereiro e o abate determinado em seguida.