Redação (21/06/07) – "O custo de um navio de granel parado na barra é de US$ 25 mil a US$ 45 mil por dia e as paralisações fazem com que os navios fiquem mais tempo parados no porto, pois os porões precisam ser inspecionados pelos fiscais antes do embarque de soja, açúcar e citros, por exemplo", explicou.
Já nas importações, os atrasos também ocorrem porque as amostras de grãos precisam ser analisadas antes do desembarque. "Isso acontece com o trigo", disse Roque, lembrando que no caso de cargas transportadas em contêineres, uma greve dos fiscais impactaria no espaço físico disponível nos terminais. "Frutas e carnes que são transportadas em contêineres refrigerados também são verificadas pelos fiscais agropecuários", completou.
O presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários do Estado de São Paulo, Marcelo Laurino, disse que o objetivo da paralisação de 24 horas que ocorrerá amanhã no Estado – decidida em assembléia regional ontem – não é causar prejuízos e sim chamar a atenção da sociedade para as deficiências no serviço dos fiscais, causadas principalmente pelo número insuficiente de funcionários. "A gente não tem a menor intenção de causar prejuízo. Vamos tentar evitar isso e atender às cargas perecíveis", disse Laurino.
De acordo com o presidente, a paralisação de hoje é de "advertência" e que será feita uma nova assembléia para decidir sobre uma possível greve. "A simples ameaça do movimento já fez com que ambas as partes sentassem para conversar", disse Laurino citando a reunião da Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA) com representantes dos ministérios da Agricultura e Planejamento.
Segundo ele, o objetivo da paralisação também é mobilizar os importadores e exportadores para que eles pressionem as autoridades para que as reivindicações dos fiscais sejam atendidas.